Os idosos viciados em redes sociais: ‘Desligamos o wi-fi da minha mãe’

Fonte: BBC Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 23/12/2024 Na casa da família de Ester, no interior de São Paulo, o wi-fi está desligado. A cuidadora de idosos de 38 anos e os irmãos também têm evitado mexer no celular quando estão reunidos. A decisão repentina da família de ficar offline é uma tentativa de trazer uma pessoa “de volta à vida real”: a mãe de Ester, que tem 74 anos. “Ela está muito viciada: leva o celular para o banheiro, dorme com o celular embaixo do travesseiro, não interage e não deixa a gente chegar perto do telefone dela. Parece uma criança”, diz Ester, que preferiu preservar o nome da mãe e o sobrenome da família para evitar constrangimentos. Em uma medida mais drástica, os filhos chegaram a tirar o chip do telefone da mãe, para cortar o acesso da idosa a dados móveis e que, assim, parasse de entrar no Facebook e TikTok. O caso da família paulista ilustra um fenômeno que tem aparecido em pesquisas recentes sobre danos causados pelo vício em celular — a chamada nomofobia, expressão que vem do inglês no mobile (sem celular). Ela não é considerada uma doença ou um transtorno, mas um conjunto de sintomas exacerbados nessa relação não saudável com os aparelhos eletrônicos. Em alguns casos, o medo de ficar sem celular pode deixar uma pessoa tão nervosa que ela pode suar demais ou ter taquicardia. O uso excessivo de telas é relacionado a uma piora da saúde mental, com sintomas de estresse, depressão e ansiedade, segundo pesquisas reunidas em um estudo realizado pela terapeuta ocupacional Renata Maria Santos em seu doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A principal surpresa para a pesquisadora, que acompanha pacientes no Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte, foi o impacto em idosos. “A gente imaginava que os idosos teriam uma aversão à tecnologia, pela dificuldade de mexer ou por um leve declínio cognitivo natural, que seriam uma barreira para um relacionamento positivo com esses aparelhos”, diz Santos, que analisou 142 artigos publicados sobre pesquisas que, reunidas, envolvem 2 milhões de pessoas no mundo. “Mas o que a gente encontrou é que as pessoas estão tão apegadas a ponto de desenvolver essa ansiedade generalizada de ficar desconectado [a nomofobia].” Ou seja, a dificuldade que muitos idosos relatam de lembrar de senhas, baixar algum programa ou conhecer os caminhos para acessar um site não tem sido mais uma barreira. Os especialistas com quem a BBC News Brasil conversou apontam que os celulares podem ser aliados importantes na melhoria da qualidade de vida de idosos (no contato com a família, por exemplo). Mas há alguns aspectos que deixam os idosos especialmente vulneráveis a uma possível dependência, como: Essas situações, somadas a algum declínio cognitivo e à falta de letramento digital, ainda podem levar os idosos a uma maior propensão a cair em golpes ou se viciar em jogos, explica a neuropsicóloga Cecília Galetti, especialista em gerontologia, a ciência que estuda o envelhecimento. “É como uma bola de neve. Um idoso isolado em casa e deprimido é mais vulnerável a um comportamento aditivo”, diz Galetti, que é colaboradora do Programa Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso da USP (Universidade de São Paulo). Além disso, “um dos critérios diagnósticos para identificar um vício em jogos, por exemplo, é saber se a pessoa aposta para fugir de um humor deprimido”. ‘Eu era viciada’ “Era como se o celular fosse parte de mim, e eu tinha que ficar perto dele o tempo inteiro. Senão, sentia que faltava alguma coisa.” O relato da aposentada Maria Aparecida Silva, de 70 anos, de São Paulo, remete ao momento que ela percebeu que tinha uma dependência, em 2021. O Brasil vivia ainda a pandemia de covid-19, e o celular passou a ser sua única conexão com o mundo exterior. Aparecida, que mora sozinha, lembra que “passou a levar o celular para a cama e não conseguia mais dormir”, além de “deixar de realizar tarefas domésticas para ficar conectada”. A aposentada passava maior parte do tempo no Facebook, um aplicativo que faz “um serviço muito bem feito para chamar nossa atenção”, conta. De fato, as redes sociais são habilidosas em contemplar a busca por “recompensas” do nosso cérebro. Temos centros neurais que reagem ao prazer — ao sexo, às drogas, a ganhar dinheiro em apostas —, e esperam que isso se repita várias vezes. Isso é conhecido como circuito de recompensa do cérebro, e é o mesmo mecanismo pelo qual uma pessoa se torna dependente de uma substância como o álcool. As redes sociais, em particular, sempre têm algo novo prazeroso a oferecer: uma foto, um vídeo, uma mensagem. Por isso, têm potencial aditivo. Especialmente nos idosos, a pesquisadora Renata Maria Santos explica que esse acesso exacerbado ao mundo digital tem causado um estado psíquico chamado hebefrenia, uma confusão mental que, nos grupos afetados, tem levado a um “comportamento de adolescente“. “Tenho percebido um aumento da preocupação com a validação dos pares, das compras por impulso na internet de coisas que não precisam e da busca por ideais de beleza”, diz Santos. “Em tese, são comportamentos que, pela idade, eles já teriam perdido, mas que agora tem voltado com as redes. E isso coloca os idosos em uma susceptibilidade parecida ao dos adolescentes. Eles querem se sentir inseridos.” As psicólogas com quem a BBC News Brasil conversou indicam alguns sinais que os familiares podem perceber sobre o uso não saudável do celular, como: Na avaliação da psicóloga Anna Lucia Spear King, fundadora do Instituto Delete, que promove uso consciente de tecnologias, a nomofobia ocorre, em geral, para “dar vazão a um transtorno de origem”, como compulsão, ansiedade, depressão ou síndrome do pânico. “Quando percebido o problema, o tratamento é no transtorno de origem que leva a essa dependência”, conta Spear King, que pesquisa dependência digital e é professora do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, as especialistas aconselham as famílias a estarem por perto dos idosos e incentivá-los a realizar atividades fora de casa. A aposentada Maria Aparecida Silva conta que conseguiu se sentir “livre” do celular ao fazer aulas

Descubra os Benefícios do Chá de Camomila para Ansiedade

Fonte: ISTOÉ| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/ISTOÉ Data: 01/12/2024 O chá de camomila é uma das infusões mais populares e antigas do mundo, conhecido por suas propriedades calmantes e terapêuticas. Ideal para relaxar, aliviar o estresse e melhorar o sono, essa bebida é um clássico indispensável para quem busca bem-estar de forma natural. Como surgiu o chá de camomila? A camomila tem sido usada medicinalmente há milhares de anos, desde as civilizações egípcia, romana e grega. Reconhecida como “o remédio para tudo”, ela era amplamente utilizada para tratar insônia, dores de estômago e inflamações. Sua popularidade como chá se espalhou pelo mundo, tornando-se um símbolo de conforto e tranquilidade. Quantas calorias tem o chá de camomila? Uma xícara de chá de camomila sem açúcar contém cerca de 2 calorias, sendo uma bebida leve e saudável. Informações nutricionais da receita e rendimento Ingredientes Equipamentos Necessários Como Fazer o Chá de Camomila 1. Aqueça a água Leve 500 ml de água ao fogo e aqueça até começar a ferver. 2. Prepare a camomila Coloque as flores secas de camomila ou o sachê em uma caneca ou bule. 3. Faça a infusão Despeje a água fervente sobre a camomila e tampe o recipiente. Deixe em infusão por cerca de 10 minutos. 4. Coe e sirva Se estiver usando flores secas, coe o chá antes de servir. Adoce com mel ou açúcar, se desejar, e consuma ainda quente ou morno. Dicas Extras Benefícios do Chá de Camomila Como Armazenar Considerações Finais O chá de camomila é uma bebida versátil e funcional, ideal para relaxar, melhorar o sono e cuidar da saúde. Com um preparo simples e benefícios comprovados, ele é um excelente aliado no dia a dia. Experimente esta receita e aproveite o bem-estar que a camomila pode proporcionar! Perguntas Frequentes 1. Posso tomar chá de camomila todos os dias? Sim, o chá de camomila é seguro para consumo diário em quantidades moderadas. 2. Crianças podem consumir chá de camomila? Sim, é uma opção segura para crianças, especialmente para aliviar cólicas ou ajudar no sono. 3. Chá de camomila ajuda no sono? Sim, suas propriedades calmantes ajudam a relaxar e promover um sono de qualidade. 4. Posso combinar camomila com outras ervas? Sim, camomila combina bem com erva-cidreira, lavanda ou hortelã para potencializar os benefícios. 5. O chá pode ser consumido frio? Sim, ele mantém suas propriedades e é uma opção refrescante para dias quentes.

Como manter rotina saudável com festas de fim de ano? Veja dicas

Fonte: CNN Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CNN Brasil Data: 26/11/2024 Especialistas sugerem flexibilidade e equilíbrio entre manter hábitos saudáveis e aproveitar celebrações com entes queridos, evitando culpa e rigidez excessiva Com as festas de fim de ano e confraternizações entre amigos, familiares e colegas de trabalho se aproximando, pode ser difícil manter os hábitos saudáveis. Afinal, como dizer não aos doces, bebidas e às tão saborosas comidas de Natal e Ano-Novo? É importante manter comportamentos que fazem você se sentir bem durante as festas, mas não vale a pena abrir mão de todo o prazer da temporada, segundo Santas, colaborador de fitness da CNN e coach de mente e corpo para atletas profissionais. A resposta pode ser abandonar suas expectativas de que você vai comer e se exercitar normalmente, e em vez disso, tomar pequenas atitudes para manter-se conectado aos seus bons hábitos. Neste caso, você pode adicionar alguns micro-hábitos saudáveis às suas celebrações festivas. O prazer das férias e festas de fim de ano vem em primeiro lugar A culpa por negligenciar uma rotina de exercícios ou não manter um cronograma rigoroso pode interferir no seu aproveitamento da temporada festiva. Mas é importante manter alguns comportamentos saudáveis para garantir que você se sinta bem, segundo Natalie Mokari, nutricionista de Charlotte, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Não ter fibras e proteínas em sua dieta pode afetar a digestão e os níveis de energia, o que significa que você pode não aproveitar tanto seu tempo festivo. No entanto, comer o que você gosta, compartilhar receitas de família e ser flexível enquanto está com seus entes queridos também são importantes, avalia Mokari. Ser muito rígido sobre o que você pode ou não pode comer também pode ser contraproducente, porque tal rigidez frequentemente leva a comer em excesso coisas que você rotulou como tabu, acrescenta a nutricionista. “Colocamos limites em torno da comida e então queremos mais dela”, diz Mokari. A culpa que você sente por se desviar de suas rotinas de saúde – que podem não ser viáveis durante viagens e celebrações festivas – também pode levá-lo a abandonar qualquer tentativa de se sentir bem, segundo Santas. Em vez de focar em quanto pouco você se movimentou ou quantos poucos vegetais comeu, celebre as maneiras pelas quais você pode incorporar hábitos saudáveis enquanto ainda aproveita o tempo durante as festas. “Isso não significa que você abandone ser saudável, mas significa que você abandona (uma rotina rígida) e qualquer culpa associada a isso. Caso contrário, você está apenas se sabotando”, diz Santas. dicione frutas e vegetais, mas aproveite também os doces de Natal Se você quer se sentir bem depois das refeições festivas, não corte as guloseimas – apenas adicione algumas frutas e vegetais, conforme orienta Mokari. Viajar para visitar família e amigos durante as festas frequentemente significa não ter controle total sobre suas opções alimentares, seja porque você está indo a restaurantes ou comendo na casa de outras pessoas. Ao olhar um cardápio de restaurante, peça o que parece bom para você e aproveite, orienta Mokari. “Além disso, existe a opção de pedir algum acompanhamento de vegetais, mesmo que seja uma salada pequena para incluir alguns verdes?”, diz a nutricionista. “Em um sanduíche, adicionar alface, tomate, abacate ou pedir um acompanhamento de feijão com tacos são diferentes coisas que você pode fazer para adicionar alguns nutrientes extras e fibras”. Você pode fazer combinações para garantir que está consumindo tanto as comidas e bebidas festivas quanto as mais nutritivas. Por exemplo, sempre que você tomar uma bebida com cafeína ou álcool, peça também um copo de água, diz Mokari. Da mesma forma, se você está em uma viagem de carro, tudo bem ter seus lanches favoritos. Se você quer garantir que continue se sentindo bem, veja se pode incluir uma fruta também, sugere a nutricionista. Para comer mais vegetais quando estiver na casa de alguém, você sempre pode comprar algo na loja ou se oferecer para fazer um acompanhamento, como um vegetal da estação ou uma salada, diz Mokari. Para garantir que não está exagerando, tenha em mente o que você está mais animado para comer e mantenha-se consciente do seu nível de saciedade para não se sentir desconfortável, acrescenta a nutricionista. Porém não gaste muito tempo pensando na proporção entre os pratos favoritos das festas e os alimentos mais nutritivos, ela acrescentou. O mais importante é aproveitar as festas com seus entes queridos. “Uma refeição, algumas refeições, algumas sobremesas –– não é uma situação decisiva para sua saúde”, afirma Mokari. Combine movimento com tempo em família Manter-se em movimento durante as festas não significa que você precisa suar muito ou mesmo deixar uma reunião familiar, diz Santas. “Qualquer movimento que você puder fazer durante este período é ótimo, e é quase como um bônus, porque o que a maioria de nós faz é simplesmente dizer: ‘OK, bem, não posso fazer minha rotina rígida de sempre, então não vou fazer nada’”, afirma. Viajar pode ser difícil para o corpo, então qualquer movimento é útil para combater a rigidez, o sentar prolongado e as dores. “Sempre que puder, levante-se e movimente-se das formas que seu corpo intuitivamente está pedindo. Pode ser se alongando bastante, girando, agachando, apenas mova seu corpo e reconecte-se com ele para entender do que ele precisa”, orienta Santas. “Não espere até poder voltar à academia para dar a ele o que precisa.” Se necessário, fique em pé durante jogos em família e longas conversas para mudar sua postura. Ou peça a todos para se agasalharem e saírem para uma caminhada. “Pode ser uma caminhada de 10 minutos no ar frio e revigorante”, acrescenta Santas. “Qualquer oportunidade para fazer pequenas pausas para se movimentar.” Exercícios simples de mobilidade podem ajudar a prevenir lesões, segundo a coach. Você pode se alongar casualmente ou se exercitar no chão enquanto assiste a um filme com seus entes queridos? Para aumentar sua atividade sem exagerar, Santas recomenda trazer ferramentas simples para atividades simples. Uma faixa de resistência, por exemplo, é fácil de carregar, e se você colocá-la em volta dos tornozelos ou logo acima dos

Hemorio promove campanha para doação de sangue antes de ‘superferiado’

Fonte: Diário do Rio| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Diário do Rio Data: 10/11/2024 O Hemorio iniciou uma mobilização para melhorar o estoque de sangue antes do “superferiado” na capital fluminense, entre os dias 15 e 20 de novembro, em datas como a Proclamação da República (15/11), o Dia da Consciência Negra (20/11) e a realização da Cúpula G20 (18 e 19 de novembro). Segundo o Hemorio, a unidade registra uma redução de 15% nas doações diárias. A queda nos estoques vem acontecendo rotineiramente. Em agosto, houve uma diminuição de 5% no número de doações, que motivou a campanha “Influ do Bem”, inspirada nas Olimpíadas de Paris. Na ocasião, a iniciativa conseguiu arrecadar 1.732 bolsas de sangue. “Em períodos de feriados prolongados, como este, normalmente nós temos uma baixa muito grande nas doações de sangue e plaquetas, ao mesmo tempo, que as demandas também podem aumentar. Por isso, estamos nos antecipando e realizando essa mobilização para aumentar a nossa média diária que continua abaixo da meta ideal”, destacou Luiz Amorim, diretor do Hemorio. De segunda-feira (11) até quinta-feira (14), de 7h às 18h, o Hemocentro Estadual espera receber 300 doações de sangue e, pelo menos, 10 doadores de plaquetas diariamente. Além do Hemorio, o estado conta com outros 27 hemocentros localizados em diversos municípios e 12 pontos de coleta na capital. Em todo o ano passado, o Hemorio arrecadou 85.360 bolsas de sangue. Neste ano, até o momento, o Instituto recebeu 75 mil doações. Quem pode doar sangue É preciso ter entre 16 e 69 anos (ou entre 16 e 60 anos, para quem doa pela primeira vez), pesar no mínimo 50kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto. Jovens entre 16 e 17 anos podem doar sangue somente com autorização do pai e da mãe, ou responsáveis legais. Devem portar ainda uma cópia do documento de identidade do responsável e preencher formulário disponível no site do Hemorio. Não é necessário estar em jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. Tatuagem e piercing impedem a doação por seis meses. Lembrando que a perfuração na região oral ou genital também é impeditivo para doações, enquanto houver uso da peça. Para mais detalhes ou informações, o doador pode consultar as redes sociais do Hemorio (@hemorio) ou ligar para o Disque Sangue de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 7h às 17h, pelo número 0800 282 0708. O Hemorio funciona todos os dias, das 7h às 18h, incluindo sábados, domingos e feriados, na Rua Frei Caneca, n° 8, no Centro do Rio.

IA ajuda a identificar precocemente tipo comum de arritmia cardíaca

Fonte: CNN Brasil| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CNN Brasil Data: 05/11/2024 Projeto desenvolvido pelo Hospital Nove de Julho, em parceria com a Johnson & Johnson MedTech e a startup Neomed, venceu prêmio global de inovação Um projeto brasileiro que utiliza inteligência artificial (IA) para detecção de arritmia ganhou o Gartner Eye on Innovation 2024, um prêmio global de inovação, em outubro. O projeto, do Hospital Nove de Julho, em parceria com a Johnson & Johnson MedTech e a startup Neomed, levou a um aumento de 82,3% em pacientes tratados para fibrilação atrial na instituição. A fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia cardíaca, afetando 2,5% da população, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O projeto de inovação aberta com uso de IA começou em 2023, visando identificar precocemente e tratar pacientes com a condição, em uma linha de cuidado digitalizada. “A fibrilação atrial é a arritmia mais comum da prática clínica, e o crescimento do diagnóstico da doença acompanha o envelhecimento da população. Além do impacto negativo na qualidade de vida e no risco de comprometimento da função cardíaca, traz consigo um aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC)”, explica Raphael Oliveira, diretor-geral do Hospital Nove de Julho, à CNN. “O diagnóstico precoce implica na oportunidade de tratamento adequado e redução do risco cardiovascular”, acrescenta. Após um ano de projeto, o uso da IA aumentou 82,3% os pacientes tratados para fibrilação atrial na instituição, elevou em 30% na pontuação de qualidade de vida dos pacientes acompanhados e reduziu 43 pontos percentuais na busca por pronto-socorro em pacientes acompanhados em um período de 30 dias. Benefícios da IA para o diagnóstico de arritmia Tradicionalmente, o diagnóstico da fibrilação atrial é feito através do eletrocardiograma. No entanto, de acordo com Oliveira, pode ser difícil diferenciar a condição de outras arritmias. “A IA garante rapidez no diagnóstico e precisão”, explica o diretor-geral. “Em plataformas como a KARDIA, da Neomed, que utilizamos em nosso centro de arritmia cardíaca, conseguimos o apoio clínico no diagnóstico, não apenas com sinais de alerta para esses casos, mas com diagnóstico rápido, não permitindo que um caso passe despercebido. Trata-se de um claro aumento da sensibilidade diagnóstica”, acrescenta. Além disso, o especialista acrescenta que a IA também é utilizada em smartwatches e outros dispositivos de uso contínuo. “Nesses casos, a IA ajuda no diagnóstico das fibrilações paroxísticas, silenciosas, muitas vezes não percebidas pelo paciente ou fugazes o suficiente para não permitir documentação em eletrocardiograma (ECG)”, afirma. De acordo com Fabrício Campolina, presidente da Johnson&Johnson MedTech Brasil, o diferencial do uso de IA para o diagnóstico de fibrilação atrial está na velocidade e na precisão da análise de exames. “A IA processa os dados do ECG muito mais rapidamente do que a análise manual, permitindo a identificação precoce de casos que poderiam passar despercebidos ou ter o diagnóstico retardado”, explica. “Depois dessa primeira sinalização de que poderia haver uma fibrilação atrial, a equipe médica analisa com cuidado os exames e o paciente. Essa agilidade é crucial para sinalizar a equipe de cuidado e iniciar o tratamento quanto antes, minimizando os riscos de complicações, como AVC e insuficiência cardíaca”, completa. Campolina acrescenta que, em um cenário onde a fibrilação atrial, muitas vezes, é assintomática, essa detecção precoce, viabilizada pela IA, pode ser a diferença entre um desfecho positivo e complicações graves para o paciente. Como a IA atua na linha de cuidado do paciente? Na prática, os pacientes que realizam um exame de eletrocardiograma têm seus resultados inseridos na plataforma da Neomed. A partir disso, a solução digital KARDIA, um sistema de IA, realiza o rastreio sistemático da fibrilação atrial e outras arritmias, confirmada pela equipe médica. Isso viabiliza um tempo médio de elaboração dos laudos em menos de três minutos. Caso a arritmia seja identificada, a equipe de trabalho integrado é acionada, e com o acompanhamento contínuo de uma enfermeira navegadora, o paciente é convidado a entrar na linha de cuidado que possui protocolos clínicos específicos para acelerar sua jornada e indicar o melhor caminho de tratamento (que pode ser medicamentoso ou ablação por cateter). A linha de cuidado é uma abordagem integrada e coordenada que visa colocar o paciente no centro, oferecendo cuidado contínuo e personalizado. “No caso da linha de cuidado para fibrilação atrial, por exemplo, assim que o paciente com arritmia é identificado via leitura de ECG, ele é inserido em um fluxo de acompanhamento que garante que receba as informações necessárias, realize os exames complementares e seja encaminhado para o especialista adequado”, explica Campolina. Após o tratamento, o paciente segue sendo acompanhado para avaliação do sucesso do procedimento, além de rastrear possíveis complicações tardias e avaliar a qualidade de vida. “Com isso, já conseguimos uma redução de 43 pontos percentuais na busca por pronto-socorro em um período de 30 dias”, afirma Oliveira. IA na medicina O uso de IA está se tornando cada vez mais comum no campo da medicina. Ela pode ser usada para realizar diagnósticos precoces, antecipar riscos de doenças e pioras em quadro de saúde, além de tornar exames mais precisos. Segundo a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), o mercado de tecnologia em saúde no mundo deve crescer 15% até 2025. “Esse aumento reflete a busca por ferramentas que não só otimizam o atendimento, mas também mudam a maneira como cuidamos das pessoas, como sistemas que permitem a coleta e análise de dados em tempo real, tecnologias que facilitam o monitoramento remoto de pacientes e soluções que agilizam a comunicação entre equipes médicas e pacientes, essenciais para garantir um atendimento mais ágil e seguro”, comenta Claudia Cohn, diretora de Negócios Nacionais da Dasa e diretora executiva do Alta Diagnósticos. “A IA tem um papel central nessas mudanças. Ela está ajudando a transformar a assistência médica, oferecendo mais conforto e segurança. Com ela, conseguimos decodificar e analisar uma quantidade enorme de dados em tempo real, identificar padrões em diagnósticos e sugerir tratamentos mais rapidamente”, acrescenta. No Brasil, algumas iniciativas já utilizam IA em procedimentos médicos. Além do projeto do Hospital Nove de Julho, uma tecnologia chamada OncoSeek foi introduzida ao

Veja como a sensação de recompensa afeta a alimentação

Fonte: Portal EdiCase | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Portal EdiCase Data: 31/10/2024 Os desejos por alimentos calóricos e ricos em açúcar podem parecer apenas uma questão de preferência, mas têm raízes profundas no funcionamento do cérebro. Com a dopamina atuando como um combustível para o sistema de recompensa, o simples cheiro de uma comida pode acionar um ciclo de prazer e repetição. Chocolate, pizza, hambúrguer, batata frita: não é incomum que as pessoas sintam vontade de comida de algum tipo – geralmente aquelas mais hiperpalatáveis, ricas em gordura e açúcar adicionado. “Muitas coisas podem acionar esses desejos, desde cheiros ou pistas visuais. Em alguns casos, até ouvir alguém falando de algum alimento já é capaz de aguçar os sentidos e fazer a boca salivar”, explica a endocrinologista Dra. Deborah Beranger. Segundo a médica, no caso da comida, isso acontece porque os sistemas sensoriais acionam os caminhos motivacionais ou de recompensa no cérebro. “Você não precisa ver a comida em si, mas pessoas, lugares e coisas que lembram você de uma comida que é gratificante farão isso. Esse sinal motivacional vai disparar em nossos cérebros”, acrescenta. A Dra. Deborah Beranger explica que os desejos por comida estão ligados ao sistema de recompensa do cérebro, que envolve a dopamina, um neurotransmissor importante para a motivação e o prazer. “O problema é que viver com muitos efeitos dopaminérgicos pode ter impactos negativos, dependendo do equilíbrio e da intensidade da dopamina, com efeitos como dessensibilização ao prazer, desregulação emocional e desafios na regulação de apetite”. Resposta do corpo a estímulos alimentares Segundo a médica, a exposição a sinais relacionados a alimentos pode aumentar a frequência cardíaca, a atividade gástrica e a salivação, bem como um padrão de respostas em várias vias no cérebro associadas à recompensa. “A estimulação alimentar também demonstra ativar o metabolismo da glicose, o processo necessário para transformar alimentos em energia, e a liberação de dopamina, o químico cerebral envolvido na motivação para coisas gratificantes e que nos fazem sentir bem”, explica. A Dra. Deborah Beranger explica que desejo e fome são diferentes e podem ocorrer sem estímulos. Um exemplo disso é quando alguém se priva de um alimento, que seu cérebro identifica como gratificante, e não consegue parar de pensar nele. “Essas vias de recompensa estão conectadas às regiões de tomada de decisão em nosso cérebro. Uma parte do cérebro, atrás da testa, acrescenta o conceito de valor. Você sente o cheiro de um bolo de chocolate e pensa no alto valor que ele tem porque terá um gosto bom e será recompensador. A recompensa é um sinal poderoso”, explica a médica. Quando há a efetivação disso – e a comida é ingerida – há um aumento na liberação de dopamina. “Esse aumento cria uma sensação de prazer e recompensa, reforçando o comportamento que levou a esse prazer”, afirma. Origem evolutiva dos desejos por alimentos calóricos Há uma razão evolutiva para tal processo. “O acesso à comida era escasso, então o nosso cérebro foi moldado a procurar comida rica em calorias e consumi-las em excesso. Achávamos gratificante comer essa comida porque ela nos ajudava a sobreviver”, diz a Dra. Deborah Beranger. Conforme a médica, mesmo após anos, ainda há no corpo humano o circuito cerebral que cria a sensação de recompensa ao comer. “Agora, na maioria dos países desenvolvidos, há uma abundância de acesso à comida, e fazemos pouco trabalho para obtê-la. Mas, mesmo assim, não é incomum que as pessoas criem um feedback positivo com relação à comida. Então, quando você come algo que satisfaz esse desejo, a dopamina se libera ainda mais, criando um ciclo que reforça o comportamento. Isso pode levar a uma maior probabilidade de você buscar esse alimento novamente no futuro”, explica. Segundo a médica, o consumo de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada causa uma alta resposta de recompensa que molda o comportamento humano e nos faz querer nos envolver com ele novamente. Como superar o desejo por comida Apesar de difícil, a procura por alimentos altamente prazerosos pode ser superada. Conforme a médica, a distração é um caminho, como procurar outras coisas para fazer. Outra estratégia é entender e “abraçar” o sentimento, mas sem dar continuidade à ação. “Reconheça esse desejo, tente entender por que ele está acontecendo, mas não dê continuidade. Com o tempo, o cérebro responderá de outra forma e o desejo diminui. A parte do cérebro que agrega valor e está vinculada ao sistema de tomada de decisão também recebe informações do sistema cognitivo, então parte de nossa decisão racional”, esclarece. O problema, conforme a Dra. Deborah Beranger, é que as pessoas geralmente não esperam – a reação é quase imediata. “Altos níveis de dopamina podem aumentar a impulsividade e, no contexto alimentar, a exposição constante a alimentos altamente prazerosos pode interferir na regulação do apetite e levar ao desenvolvimento de padrões alimentares não saudáveis, como comer em excesso ou desenvolver distúrbios alimentares”, alerta. Mas, ainda assim, dá para se ajudar. “Reduzir a exposição a estímulos alimentares é um bom caminho. Modifique as partes do seu ambiente alimentar que puder, para que você tenha menos exposição e menos acesso a alimentos altamente tentadores que não são uma parte saudável da dieta”, explica Segundo a médica, quanto menor for a exposição e maior o trabalho para obter esses alimentos, tudo isso, ao longo do tempo, reduzirá os desejos. “A questão é a seguinte: o seu desejo é tão forte que você levantaria do sofá e iria ao mercado a pé para comprar esse alimento? Na maior parte das vezes, só adicionar um obstáculo já é suficiente para frear o desejo”, afirma. “A maioria das calorias é consumida em casa. Se você não tem acesso fácil aos alimentos que mais deseja, não precisa usar tanta força de vontade para resistir a eles”, finaliza. Por Pedro Del Claro

6 dicas para ter uma vida longa e saudável

Fonte: Redação EdiCase | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Redação EdiCase Data: 01/11/2024 Envelhecer com saúde e qualidade de vida é o desejo de muitos. Uma dieta rica em nutrientes e antioxidantes, exercícios regulares para manter mobilidade e força, atividades que estimulem a mente e promovam conexões sociais e acompanhamento médico são cuidados fundamentais para alcançar uma vida longa e equilibrada com o passar dos anos. Abaixo, especialistas de diversas áreas compartilham outras dicas valiosas para um envelhecimento saudável! 1. Equilíbrio hormonal As alterações hormonais ao longo da vida impactam diretamente o envelhecimento. Tanto homens quanto mulheres enfrentam quedas hormonais naturais que influenciam o metabolismo, o humor e até a densidade óssea. “A reposição hormonal (TRH) para mulheres pode aliviar os sintomas da menopausa e proteger a saúde óssea, enquanto a reposição de testosterona ajuda homens a manter a energia e a massa muscular. É essencial conversar com um especialista para decidir o que é mais adequado”, explica a Dra. Carolina Mantelli, endocrinologista e metabologista.  2. Saúde mental A saúde mental é um fator essencial para enfrentar o envelhecimento com equilíbrio. O autocuidado psicológico e o gerenciamento do estresse impactam diretamente na expectativa de vida e no bem-estar. “A psicoterapia deve ser vista como algo contínuo, que nos prepara para os desafios do envelhecimento. Além disso, participar de grupos terapêuticos ajuda a fortalecer o bem-estar emocional. Envelhecer é buscar equilíbrio, mesmo que a felicidade plena não seja constante”, afirma a psicóloga Natália Aguilar. 3. Exames preventivos para a longevidade feminina  Para as mulheres, manter os exames preventivos em dia é fundamental para o envelhecimento saudável. O diagnóstico precoce de condições como câncer de mama e de colo do útero é essencial para aumentar as chances de tratamento eficaz. “Incluir exames preventivos, como papanicolau e mamografia, na rotina é essencial para a saúde feminina em todas as fases da vida, principalmente na maturidade. Esses cuidados ajudam a mulher a envelhecer com mais qualidade de vida”, explica o ginecologista Dr. Cesar Patez. 4. Cuidados com a saúde bucal A saúde bucal também influencia diretamente a longevidade. Além de afetar a mastigação e a fala, dentes e gengivas saudáveis previnem infecções que podem se espalhar para outras partes do corpo. “A manutenção de uma boa higiene bucal, com escovação e uso de fio dental diariamente, ajuda a evitar doenças gengivais e a perda dos dentes, comuns com o avanço da idade. Consultas regulares ao dentista são fundamentais para a prevenção e para manter a qualidade de vida”, completa o dentista Dr. Cesar Rodrigues.  5. Atividade física Praticar exercícios físicos regularmente é essencial para manter a saúde cardiovascular, a força muscular e o bem-estar mental. O educador físico e ex-jogador do Corinthians, Ewerthon, orienta que o ideal é optar por atividades que geram prazer ao praticar. “Escolha atividades prazerosas que possam ser mantidas a longo prazo. Exercícios como musculação e treinamento funcional ajudam a prevenir quedas e a manter a independência, principalmente na terceira idade”.  6. Alimentação balanceada  A alimentação tem um impacto direto na longevidade. Investir em alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios é fundamental para a saúde a longo prazo. “Alimentos como frutas vermelhas, vegetais verde-escuros, oleaginosas e peixes ricos em ômega 3 são essenciais. Esses alimentos ajudam a proteger as células dos danos do tempo e a manter a saúde do coração e do cérebro, favorecendo um envelhecimento saudável”, finaliza a nutricionista do Instituto Gourmet, Karoline Schast. Por Sarah Monteiro

Novembro Azul: o que significa o termo e como nasceu a campanha Saiba como prevenir a doença

Fonte: Veja | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Veja Data: 31/10/2024 Em 2011, o Instituto Lado a Lado pela Vida iniciou a campanha ‘Novembro Azul’ com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele. Aproveitando as celebrações em torno do tema, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) começaram a divulgar ações importantes e a data transformou-se no maior movimento em prol da saúde masculina. Conforme dados do INCA, foram diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata e cerca de 15 mil mortes/ano em decorrência da doença no Brasil, para cada ano do biênio 2018/2019, o que representa 42 homens morrendo por dia em decorrência da doença e aproximadamente 3 milhões convivendo com ela. O movimento quer conscientizar, ainda mais, a população masculina sobre a necessidade de cuidar do seu corpo e também da mente. Praticar exercícios, ter uma alimentação equilibrada, parar de fumar, praticar sexo seguro, cuidar da saúde mental e, também, fazer o exame da próstata, periodicamente. Entre os cuidados básicos que todo homem precisa ter com a saúde, há testes e exames que precisam ser realizados com frequência: – Verificação da pressão arterial;– Hemograma completo;– Dosagem da glicemia;– Dosagem do colesterol;– Testes de urina;– Atualização da carteira vacinal;– Verificação do perímetro abdominal e do Índice de Massa Corpórea (IMC). E, ainda: Exame da próstata: Por causa do preconceito que envolve o exame, muitos homens são diagnosticados quando a doença já está em estados mais avançados, o que leva a uma alta taxa de óbitos. Quando identificado em fase inicial o câncer de próstata tem altos índices de cura. Fazer check-up regular: Fazer um check-up é a melhor forma de prevenir doenças e evitar que sejam tratadas apenas em estágios mais avançados. Em todas as faixas etárias o urologista deve ser consultado. Cuidar da saúde mental: Diversos fatores podem causar um desequilíbrio emocional, como responsabilidades familiares, frustrações financeiras e problemas no trabalho. É preciso entender que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e que o tratamento é necessário. A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas e se assemelha a uma castanha. Localiza-se abaixo da bexiga e sua função é produzir e armazenar o líquido prostático que, junto com o líquido seminal produzido pelas vesículas seminais e os espermatozoides produzidos nos testículos, forma o sêmen. Tratamento e prevenção: Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen. Entre os fatores de risco estão, histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio); obesidade e raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer. A única forma de possibilitar a cura do câncer de próstata é com o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou com 50 anos e sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA. Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal, reforçando sua importância para o diagnóstico e o tratamento precoces. Medidas preventivas, segundo o INCA, incluem: dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, cereais integrais; menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, e de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer no mínimo 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, identificar e tratar adequadamente hipertensão, diabetes e problemas de colesterol, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

Condicionamento físico para idosos é tendência fitness no Brasil

Fonte: CNN Brasil| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CNN Brasil Data: 27/10/2024 Com o aumento da longevidade da população, os exercícios são importantes para garantir saúde física e mental, além de permitir maior socialização nessa faixa etária Um levantamento publicado pelo American College of Sports Medicine, referência mundial quando se fala em medicina esportiva e fitness, ressalta a importância dos exercícios para garantir a saúde física, mental e emocional das pessoas idosas. O documento é resultado de uma pesquisa realizada todos os anos pela instituição, com foco nos profissionais do setor fitness. Para o Brasil, o relatório aponta que em primeiro lugar nas tendências estão os programas de condicionamento físico para idosos. “Os dados trazidos pelo documento são excelentes e primordiais, pois o envelhecimento da população exige inúmeras intervenções essenciais em relação às necessidades desse público, incluindo autocuidado físico e mental, o que garante mais longevidade, independência, qualidade de vida e saúde”, avalia a educadora física Larissa Fidelis da Silva, do Espaço Einstein: Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein. O ortopedista e traumatologista Moisés Cohen, professor titular do departamento de Ortopedia, Traumatologia e Medicina Esportiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem a mesma visão. “É fundamental focarmos em exercícios para os idosos. Com o aumento da expectativa de vida, há um risco maior de quedas, doenças crônicas e comprometimento cognitivo, o que podemos ajudar a combater com programas específicos de fitness”, afirma Cohen, que também atua no Einstein. Por onde começar? Iniciar a prática de exercícios não é uma missão fácil para ninguém, muito menos para os mais velhos que, muitas vezes, não se sentem tão dispostos e têm receio de se machucar. Mas é importante entender: quando o programa de treinamento é feito por um profissional da área e conta com boa orientação, o risco de lesões é muito pequeno e a quantidade de benefícios é enorme. “Podemos destacar o aumento de massa muscular, força e potência; melhora da composição corporal e dos níveis de colesterol; redução dos marcadores de estresse oxidativo, problema desencadeado pela ação danosa dos radicais livres; e combate a diabetes, hipertensão, osteoporose e Alzheimer”, destaca Larissa Silva. E a lista não para por aí. Segundo Cohen, uma rotina ativa também previne a sarcopenia, a perda de massa muscular natural do avançar da idade. “Além disso, acentua o equilíbrio e a propriocepção, o que é essencial para evitar quedas, melhora a saúde cardiovascular e respiratória, trabalha a autonomia e ajuda no controle de peso”, acrescenta o ortopedista. Tudo isso sem falar nos ganhos à saúde mental, como alívio da depressão e da ansiedade, o que é reforçado pela socialização oferecida pelas atividades físicas, em especial as em grupo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, a partir dos 65 anos, a pessoa faça atividades moderadas no mínimo três dias por semana, envolvendo modalidades aeróbicas, de fortalecimento muscular, flexibilidade, força, coordenação motora, agilidade e equilíbrio. Os iniciantes devem começar com treinos de menor intensidade e com menos tempo e aumentá-los gradativamente. “Nesse caso, é essencial focar na questão da aprendizagem motora: precisa primeiro aprender a fazer os movimentos corretamente, realizando a contração dos músculos de maneira correta, evitando sobrecarga sobre as articulações, para depois progredir em relação a volume, intensidade e variações de exercícios”, diz a educadora física do Espaço Einstein. Quem já está habituado à malhação e está bem fisicamente pode encarar treinos mais intensos e chegar à recomendação da OMS para os adultos em geral: de 150 a 300 minutos semanais de atividade moderada ou de 75 a 150 minutos semanais de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa. Em todos os casos, é fundamental que a modalidade seja agradável à pessoa que a pratica e caiba em sua rotina, o que aumenta a adesão. Cuidados necessários Além de se exercitar com orientação e supervisão de profissionais, o ideal é que os idosos tomem mais algumas medidas. “Considerando que essa população apresenta maior vulnerabilidade, é essencial adotar cuidados específicos para prevenir lesões e intercorrências, como consultas médicas e check-ups regulares, hidratação adequada e roupas e calçados apropriados, que ajudam a evitar lesões e facilitam a manutenção térmica do corpo”, recomenda Cohen. Larissa Silva ainda destaca a importância da participação de um profissional de educação física em todo esse processo, já que ele fará uma análise individual de cada aluno e poderá acompanhá-lo de perto. Quanto mais cedo a pessoa começar a se movimentar, maiores serão os benefícios de uma vida mais ativa — independentemente da idade.

Transplante de órgãos: como funciona? É seguro doar? Confira explicação de especialistas

Fonte: CBN | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CBN| Data: 22/10/2024 O Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, só fica atrás dos Estados Unidos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos do mundo. Em meio à repercussão do caso dos seis transplantados contaminados pelo vírus HIV, no Rio de Janeiro, a CBN fala sobre o transplante de órgãos e a possibilidade de nova vida para o paciente. No Estúdio CBN, os âncoras Tatiana Vasconcellos e Fernando Andrade entrevistam duas especialistas no assunto: a infectologista da Unicamp e Membro da Comissão de Infecção em Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos ( ABTO), Raquel Stucchi, e a jornalista, CEO de Corpo Cabeça Coração, idealizadora do Projeto Cicatrizes – o movimento da doação, Renata Veneri. Ao comentar o caso dos seis pacientes transplantados e contaminados pelo HIV, no Rio de Janeiro, Raquel Stucchi ressalta que o fato foi gravíssimo e destaca a consistência das regras. “Nossa legislação de transplante é muito rígida. São regras avaliadas e depois publicadas até pelo Sistema Nacional de Transplante e pela Anvisa. É um fato lamentável, gravíssimo, que é muito mais até da esfera policial do que qualquer outra coisa e que nunca tinha acontecido antes”, diz. Hoje em dia, o Brasil proíbe doadores HIV positivo. À CBN, Stucchi explica de que forma é o processo de doação de órgãos atualmente no país e cita o protocolo em caso de morte encefálica. “O paciente está internado em uma unidade de terapia intensiva, porque teve um acidente de trânsito ou um AVC, e, depois, tem um diagnóstico de morte encefálica. Um neurologista atesta a morte encefálica. Ele é um possível doador, a equipe conversa com a família. A família, dando o aceite, são feitos os exames iniciais”, destaca. “Não basta ter morte encefálica. Se o paciente tiver uma infecção, uma suspeita de tuberculose ativa, mesmo entrando em morte encefálica, ele não será um doador. A gente vai fazer os exames de triagem, exames de sangue, que são o HIV, obrigatoriamente, em todo doador. Se vier exame positivo para HIV ou para o outro vírus, como o HTLV, pronto, aquele doador já não é mais um doador”. Renata Veneri, CEO de Corpo Cabeça Coração e idealizadora do Projeto Cicatrizes – o movimento da doação, conta qual o objetivo da iniciativa. “É um projeto que parte dessa necessidade que a gente tem de disseminar a cultura da doação de órgãos. Conheci pessoas transplantadas de coração, de rim, de fígado, pulmão, que tem ali uma gana de viver e uma saúde invejável. Eu imaginei que o transplantado tivesse uma série de impossibilidades de ter uma vida mais ativa, de praticar um esporte, e eu fui descobrindo que não. Você tem a possibilidade de a família doar. A família precisa dizer sim para que a doação aconteça. As pessoas não falam, elas não se identificam como doadoras. É isso que o Projeto Cicatrizes faz em várias plataformas diferentes e é muito importante que a gente converse. O Brasil é uma referência. É uma solidariedade, é realmente uma continuidade Foi um susto [a contaminação das seis pessoas no RJ] e a gente não pode deixar que isso contamine também essa questão toda”, conta. A infectologista da Unicamp Raquel Stucchi explica como funciona o Sistema Nacional de Transplantes, que regulamenta o passo a passo do transplante de órgãos e tecidos no país. “O Sistema Nacional normatiza os exames feitos para todos os doadores e os critérios de aceite e recusa. Depois nós temos as Centrais Estaduais de Transplantes. O paciente tem uma doença de um órgão, uma doença terminal de um órgão, ele vai morrer em poucos meses se não transplantar e o objetivo do transplante é devolver o paciente para a sociedade com vida. Então, a pessoa ela precisa ser encaminhada para um centro transplantador, tem critérios para a gente, é todo o que preciso ter, insuficiência renal ou de doença pulmonar crônica para me inscrever para um transplante, para eu ser elegível para transplantar. Cada órgão tem as suas regras e isso é nacional. E eu me inscrevo num serviço único de transplante e daí eu só posso me inscrever num único serviço”, explica. Após isso, a pessoa é avaliada e tem a documentação encaminhada para uma câmara técnica de transplante, onde vários médicos checam se a pessoa preenche os critérios para ser um receptor. E ele entra numa lista de transplante. Em seguida, o paciente recebe um número de identificação que pode ser acessado para saber a posição da lista que ele está. “Ele fica ali, acompanha para e passo. E a posição na lista de transplante para a maior parte dos pacientes é uma posição que é muito dinâmica. Hoje ele pode ser o quinto numa lista de transplante, mas se amanhã cedo inserir um paciente mais grave do que ele, por exemplo, ele pode passar a ser o sexto”, diz. “Então eu tenho os candidatos listados no grupo, no tipo sanguíneo O, no tipo sanguíneo B e é assim que funciona o órgão oferecido para eles. E quem faz contato com a equipe transplantadora não é o médico que está atendendo o paciente lá, o doador”.