Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer
Fonte: Agência Brasil EBC | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Inca/Divulgação | Data: 04/02/2025 Infodemia inclui mitos sobre causas e tratamentos sem comprovação Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil No Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta terça-feira (4), pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) alertam para o grande fluxo de desinformações sobre a doença que circulam em redes sociais. Um artigo publicado na edição mais recente da Revista Brasileira de Cancerologia mostra os riscos de uma infodemia do câncer, ou seja, a circulação rápida e ampla de informações falsas sobre a enfermidade. “Infodemia é um conceito criado por especialistas internacionalmente, validado pela OMS [Organização Mundial da Saúde], que ganhou muita força durante a pandemia de Covid-19. Infodemia é um olhar sobre os momentos em que informações sobre saúde ganham uma grande relevância e começam a aumentar de uma forma muito abrupta essas informações, sejam verdadeiras, ou não”, explicou o pesquisador Fernando Lima, um dos autores do artigo. De acordo com o pesquisador, as redes sociais não facilitam a distinção entre informação, baseadas em evidências científicas, e desinformação. “Isso pode atrapalhar as tomadas de decisão do indivíduo sobre o seu próprio cuidado e acabar, ou atrasando tratamentos ou atrasando diagnósticos, e complicando os próprios casos”. O artigo destaca que a infodemia do câncer abrange desde mitos sobre as causas da doença até a promoção de medidas preventivas e tratamentos não comprovados. Essas informações podem incentivar ações sem base em evidências. “Uma informação falsa que tem sido muito propagada em redes sociais tem relação com vacina contra HPV, que tem como objetivo a prevenção do câncer de colo de útero. Existe inclusive a desinformação de que isso [a vacinação] poderia estar associado a um aumento dos casos do câncer de colo de útero”, afirmou Lima. “Há também desinformação sobre a segurança do uso de cigarros eletrônicos. Eles não são seguros. Não há comprovação nenhuma de sua segurança. E há também notícias de substituição de tratamentos convencionais por tratamentos alternativos. Isso gera um grande risco para a sociedade”. Outra autora do artigo, Telma de Almeida Souza, lembra o caso recente da circulação de desinformações acerca do uso da graviola como uma suposta forma de matar células cancerígenas. “O tempo para o paciente com câncer é primordial. Isso faz com que ele perca tempo no seu tratamento. Esse combate à desinformação é importantíssimo para salvar vidas.” Segundo o artigo, a disseminação e amplificação das desinformações são potencializadas, de forma intencional, pelas redes sociais, por meio oo chamado “capitalismo de vigilância”. Por esse conceito, as empresas de tecnologia ganham dinheiro mantendo as pessoas conectadas, coletando seus dados e moldando seus comportamentos. Os algoritmos usados por tais redes sociais amplificam narrativas, que “criam câmaras de eco e privilegiam conteúdos sensacionalistas com o objetivo de aumentar o engajamento dos usuários, impulsionando a todos para a era da infodemia”, diz o artigo. “O aumento abrupto [da circulação dessas informações] dificulta muito para o cidadão comum compreender entender ali, diferenciar o que seria informação ou desinformação. A informação em saúde, hoje em dia, na internet, pode ter picos, o que se chama de viralização, e esse pico pode ser um momento que pode gerar muitas dúvidas na sociedade”, ressaltou Fernando Lima. De acordo com Lima, é preciso haver monitoramento permanente dessas informações e dar uma resposta rápida e eficiente, para que a sociedade saiba diferenciar informação e desinformação. Ações como regulamentar e responsabilizar as empresas que controlam as redes sociais e fortalecer respostas institucionais às informações falsas são medidas sugeridas pelos pesquisadores.
A mandioca faz bem para saúde do intestino, diz estudo feito por pesquisadores brasileiros
Fonte: Extra | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 03/02/2025 Muito comum no cardápio diário de milhões de brasileiros, a mandioca, também chamada de aipim ou macaxeira, mostrou que é benéfica para a saúde do intestino em um estudo realizado por pesquisadores brasileiros. “Os resultados mostram que as cultivares de mandioca causaram mudanças benéficas na composição e na atividade metabólica da microbiota intestinal humana de celíacos. As cultivares OUR e UPI (tipos de mandioca) do Nordeste e Sul do Brasil podem ser consideradas potenciais ingredientes prebióticos para uso na formulação de alimentos funcionais e suplementos alimentares”, escreveram os autores do estudo. De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica “Food Research International”, a raiz tem potencial prebiótico, o que significa que ela estimula o crescimento e a atividade de bactérias favoráveis ao intestino. O alimento também se mostrou uma opção vantajosa para pessoas celíacas, isto é, aquelas que apresentam intolerância ao glúten (proteína presente na aveia, no trigo, no centeio e seus derivados) podem incluí-la na rotina alimentar. A equipe de cientistas analisou amostras de diferentes tipos de cultivos de mandioca. A partir deles, estudaram a composição química de forma detalhada e também avaliaram os efeitos do consumo da raiz no organismo através de testes feitos no decorrer do processo de digestão. Segundo a nutricionista Viviana Navarro, pós-graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) — que não participou do estudo, mas é especialista no assunto —, as descobertas representam uma boa notícia, já que a macaxeira é um ingrediente comum no país e de custo relativamente baixo. Aliado a isso, o fato de que ela favorece o equilíbrio da microbiota, melhorando a atividade intestinal, influencia diretamente nas nossas emoções. — O intestino é considerado o nosso segundo cérebro. Boa parte das nossas emoções são reguladas pela microbiota intestinal. Inclusive, a maior parte da serotonina (conhecida como hormônio do bem-estar), de 70% a 90%, é produzida no intestino — explica Viviana. Outro aspecto destacado pela nutricionista é que a pesquisa também aborda o fato de a raiz ser naturalmente isenta de glúten: — O que oferece uma alternativa segura e nutritiva para que pessoas com doença celíaca consigam substituir alimentos como o pão no café da manhã. Receita com a mandioca O escondidinho de frango com mandioca, recomendado por Viviana Navarro, é rico em carboidratos complexos, proteínas magras e fibras. A nutricionista afirma que é uma opção para almoço ou jantar com alto valor nutricional que rende até 4 porções. Ingredientes: Modo de preparo:
Congelamento de câncer de mama tem 100% de eficácia em estudo nacional
Fonte: CNN Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 28/01/2025 O procedimento, chamado crioablação, usa temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir células cancerígenas; pesquisa é de professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Gabriela Maraccini Uma técnica inovadora para tratamento de câncer de mama apresentou 100% de eficácia em um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O procedimento, chamado crioablação, é minimamente invasivo e usa temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir células cancerígenas ou tecidos-alvos. Em estudo inicial, a crioablação foi realizada após a cirurgia. Esta etapa da pesquisa contou com 60 pacientes e obteve eficácia de 100% para tumores menores do que 2 centímetros. Agora, o trabalho está comparando um grupo de pacientes que passou pelo procedimento sem a necessidade de uma operação com outro grupo em que é feita a cirurgia tradicional. Nesta fase, mais de 700 pacientes participam da pesquisa em 15 centros de saúde do Estado de São Paulo, segundo Vanessa Sanvido, professora da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp. Procedimento inédito foi feito em janeiro no Hospital São Paulo No último dia 13, professores da EPM/Unifesp realizaram, pela primeira vez em um hospital público brasileiro, a criablação para tratamento de câncer de mama. O procedimento foi realizado na Unidade Diagnóstica do ambulatório de Mastologia do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp). Foi o primeiro protocolo de pesquisa na América Latina que utilizou a técnica para o tratamento da doença. Durante o procedimento, foram realizados três ciclos de 10 minutos, alternando o congelamento e o descongelamento do tumor mamário. “Inserimos, por meio de uma agulha, o nitrogênio líquido a uma temperatura de cerca de -140ºC na região afetada, o que forma uma esfera de gelo, destruindo o tumor. A incisão deixada pela agulha é igual ou até menor à própria biópsia realizada pela paciente”, explica Afonso Nazário, professor da EPM/Unifesp. O procedimento pode ser realizado em ambulatório, sem necessidade de internação hospitalar, com uso de anestesia local. Segundo os professores, é uma técnica indolor, com alta precisão e relativamente rápida. No Brasil, a técnica já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não consta no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para o tratamento do câncer de mama. Em outros países, como Israel, Estados Unidos, Japão e Itália, a técnica já é utilizada para o tratamento do câncer de mama. O procedimento realizado no HSP/HU Unifesp tem caráter experimental e marca a continuidade da pesquisa de pós-doutorado da professora Sanvido. “As agulhas utilizadas no procedimento têm um valor alto. Nós estamos otimistas de que vai dar certo e de que poderemos, futuramente, contar com o procedimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a expansão do uso da crioablação, acreditamos que o custo da agulha vai cair e se tornar mais acessível. Nosso objetivo é tirar da fila do SUS de 20 a 30% das pacientes”, afirma Nazário.
Qualquer nível de atividade física ajuda a combater depressão, diz estudo
Fonte: CNN Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 27/01/2025 Pesquisa nacional mostra que mesmo atividades como deslocamento a pé até o trabalho e subir escadas pode ser benéfico para saúde mental Gabriela Maraccini Manter uma rotina de atividade física, mesmo em nível leve, pode ser benéfico para a saúde mental e para combater sintomas de depressão. É o que diz um novo estudo nacional realizado por pesquisadores do Instituto Israelita Ensino & Pesquisa de São Paulo, do Hospital Israelita Albert Einstein, e da Universidade Nove de Julho. Os resultados do estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, mostram que qualquer nível de atividade física foi associado à redução do risco de sintomas depressivos. O trabalho usou dados de 58.445 adultos brasileiros (68,6% homens e 31,4% mulheres), com 18 anos ou mais, que participaram de iniciativas de triagem de saúde entre 2008 e 2022 no Centro de Medicina Preventiva do Hospital Israelita Albert Einstein ao longo de 14 anos. Todos os participantes do estudo passaram por avaliações completas de saúde com profissionais treinados, incluindo análises clínicas. Além disso, foram aplicados questionários sobre atividade física e sobre sintomas depressivos. A partir desses dados, os pesquisadores aplicaram alguns critérios de exclusão até chegar na amostra analisada. Posteriormente, a equipe comparou os dados das análises com a presença de depressão e o nível de atividade física. Isso foi feito usando de um método estatístico chamado regressão logística, e foi verificado se os níveis de atividade física — inativo, insuficiente ativo, ativo e muito ativo — foram associados à presença de sintomas depressivos. O trabalho aponta que pacientes com índice de massa corporal (IMC) alto, com hipertensão, diabetes, tabagismo e maior nível de estresse foram associados a maiores chances de sintomas depressivos. No entanto, os níveis de atividade física foram relacionados ao menor risco de depressão. “Estudos anteriores já apontaram para a relação entre atividade física e o menor risco de depressão, entretanto, os mesmos, em sua grande maioria, estudam apenas o papel da atividade física no lazer e através de questões não padronizadas”, afirma Luana Queiroga, autora do estudo, profissional de educação física e pesquisadora do Einstein, à CNN. “Esse novo estudo tem a maior casuística brasileira na temática e engloba diferentes contextos da atividade física, além do lazer e esporte, tais como a locomoção, ocupação e atividades diárias”, completa. Na visão de Queiroga, estudar apenas o papel da atividade física no lazer “restringe e elitiza o entendimento dessa variável e os desfechos de saúde”. “Grande parte da população realiza atividade físicas nos domínios ocupacionais, locomoção e atividades diárias, que são avaliadas no Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), utilizado nesse estudo”, completa. Atividade física é qualquer movimento corporal que aumente o gasto calórico Outro ponto diferencial do estudo foi considerar “atividade física” como qualquer movimento corporal que aumente o gasto calórico em relação ao repouso. “Outros estudos mostram a relação do exercício físico com a depressão. O que nossos achados trazem de informação diferenciada é que a atividade física tem essa associação no risco do indivíduo de desenvolver depressão. E por que falamos de atividade física, e não exercício, agora? Porque é qualquer movimento corporal que tenha gasto calórico. Não necessariamente, essa atividade física vai ser um exercício físico”, explica Rafael Mathias Pitta, coordenador de análise da pesquisa, à CNN. Diante disso, entre os exemplos de atividade física considerados pelos pesquisadores estava o deslocamento de casa até o trabalho. “O que o nosso estudo demonstra é que, independentemente do domínio da atividade física, seja atividade física de lazer, atividade física ocupacional, atividade física de deslocamento ou da vida diária, o nível dessa atividade, mesmo baixo — realizados de 11 minutos acumulados na semana até 149 minutos semanais — já demonstrou um fator de proteção da depressão”, afirma. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que adultos façam, pelo menos, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada pela semana. A entidade reforça que esse valor pode ser alcançado, muitas vezes, durante a realização de tarefas diárias, incluindo caminhar até o trabalho ou até o ponto de ônibus, se deslocar de bicicleta e, também, atividades recreativas e esportivas. Efeitos da atividade física na saúde mental De acordo com Queiroga, existem vários mecanismos que podem explicar o efeito da atividade física na redução dos sintomas depressivos. Entre eles, é a própria contração muscular, responsável por melhorar as respostas neuroendócrinas e inflamatórias, relacionadas a melhorias na arquitetura dos neurônios do cérebro. “Além disso, indivíduos que desenvolve sintomas depressivos, apresentam baixos níveis de BDNF, uma proteína importante para a sobrevivência dos neurônios e com a realização da atividade física esses níveis aumentam”, explica a pesquisadora. Além disso, a atividade física é um fator para outras variáveis comportamentais. “Alguns estudos já revelam que a prática de uma sessão de atividade física já é o suficiente para promover melhores escolhas, seja na hidratação, na alimentação ou no sono”, explica Pitta. Tudo isso pode levar a melhora do humor e redução do nível de ansiedade, consequentemente, o que também atua na diminuição de sintomas depressivos. “Então, isso sendo feito de maneira crônica, ao longo do tempo, pode gerar uma possível explicação para gerar diminuição de sintomas depressivos”, completa. Como começar a praticar mais atividade física? Um dos sintomas da depressão é a falta de motivação para tarefas diárias. Isso pode dificultar o paciente a iniciar uma rotina de atividade física. “O que reforçamos no nosso estudo é que pequenas ações no dia podem gerar esse efeito de proteção e um efeito subjetivo na melhora de aspectos de sintomas depressivos, de ansiedade e de humor”, explica Pitta. “Estratégias básicas como subir e descer escadas, seja no trabalho ou na casas, pode gerar um gasto calórico importante e inteligente”, exemplifica. Outra estratégia é o deslocamento ativo. Isso pode ser feito no caminho para o trabalho. Se for uma distância curta, pode ser possível ir a pé, por exemplo, ou de bicicleta. Caso o deslocamento seja feito com carro, uma opção é estacionar o carro em um local mais distante do destino, para acrescentar uma pequena caminhada ao dia. Além disso, ficar mais tempo em
Saúde intensifica campanha e alerta sobre sintomas de arboviroses
Fonte: Agência Brasil EBC | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 22/01/2025 Primeiras semanas de 2025 registram 11 mortes por dengue Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Com mais de 93 mil casos prováveis de dengue, além de 11 mortes confirmadas e 104 em investigação perla doença apenas nas primeiras semanas de 2025, o Ministério da Saúde intensificou a campanha de conscientização e combate a arboviroses. O trabalho será intensificado sobretudo em estados com tendência de aumento de casos não apenas de dengue, mas também de Zika e chikungunya. O foco da campanha está nos sintomas das doenças, incentivando a busca por unidades básicas de saúde (UBS) diante de sinais como manchas vermelhas no corpo, febre, dores de cabeça e dores atrás dos olhos. A iniciativa, segundo a pasta, é direcionada aos seguintes estados: Acre, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e ao Distrito Federal. A campanha alerta ainda para a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti e incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para controlar focos de reprodução do vetor. “A campanha é parte de um esforço maior do governo federal para reforçar a vigilância e a prevenção das arboviroses, especialmente no período chuvoso”, destacou o ministério em nota. No comunicado, o ministério reforçou ainda a importância da vacinação contra a dengue como estratégia preventiva, “embora a disponibilidade de doses ainda dependa do fornecimento pelos fabricantes”. Atualmente, o imunizante Qdenga está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Centro de Operações de Emergência No início do ano, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, instalou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue). A ideia é coordenar o planejamento e a reposta por meio do diálogo constante com estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas, além de outras pastas. Entre as ações previstas estão se antecipar ao período sazonal da dengue para adequar as redes de saúde; mitigar riscos para evitar casos e óbitos; ampliar medidas preventivas para melhor preparar estados e municípios, além de uma articulação nacional para resposta a eventuais situações classificadas como críticas. Dados da pasta indicam que, para 2025, há previsão de aumento na incidência de casos de dengue em pelo menos seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Todos eles, segundo o ministério, estão sendo monitorados “ainda mais de perto”. Reunião Nesta quarta-feira (22), Nísia se reúne com representantes de conselhos, sociedade civil, sindicatos, federações, instituições de saúde, associações e especialistas no intuito de alinhar estratégias e ações de controle da dengue e outras arboviroses. “A reunião é mais uma medida do Ministério da Saúde – por meio do COE Dengue – para articulação conjunta de ações estratégicas e monitoramento do cenário epidemiológico em todo o país”, informou o ministério. Estão previstas as seguintes participações: – Conselho Federal de Medicina; – Conselho Federal de Enfermagem; – Conselho Federal de Farmácia; – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional; – Conselho Federal de Medicina Veterinária; – Conselho Federal de Psicologia; – Central Única dos Trabalhadores; – Central Única das Favelas; – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior; – Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil; – União Nacional dos Estudantes; – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; – Instituto Todos Pela Saúde; – Associação Brasileira de Municípios; – Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-Prefeitos; – Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos; – Serviço Social do Comércio; – Serviço Social da Indústria; – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; – Federação Nacional de Jornalistas; – Central Nacional Unimed; – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil; – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas; – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica; – Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; – Confederação Nacional de Municípios(CNM).
A Geração Z está perdendo habilidades simples: 20% dos jovens acreditam que é muito perigoso subir uma escada para trocar a lâmpada
Fonte: IGN Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 21/01/2025 E mais: 11% da Gen Z chamaria um profissional para pendurar um quadro Por Viny Mathias Depois de um tempo em que a tendência DIY (Do It Yourself = Faça Você Mesmo) tomou conta da internet, a Geração Z está abandonando a moda de fazer as coisas sozinho para saltar para o que está sendo classificado como GOTDIT (Getting Others To Do It = Deixe que os Outros Façam). Quase um quarto dos jovens da Geração Z admite que não poderia trocar uma lâmpada do teto de casa. A pesquisa realizada pela varejista automóvel britânica Halfords mostra que 21% dos inquiridos não se atrevem a realizar tarefas domésticas básicas como trocar uma lâmpada e que recorrem a profissionais. O valor do investimento neste tipo de tarefas ronda as 1.300 libras por ano (R$ 9.656 no câmbio atual), entre os jovens do Reino Unido, embora haja 22% que pedem para os pais trocarem. A Geração Z não sabe trocar uma lâmpada Entre as razões destacadas, quase um quarto dos inquiridos afirma que a lâmpada estaria demasiado quente para ser substituída, dois terços dizem que não querem lidar com problemas de eletricidade e um em cada cinco jovens da Geração Z acredita que é perigoso subir uma escada para trocar a lâmpada. O estudo não fica apenas nessa área da casa, afirmando também que 11% chamaria um profissional para pendurar um quadro, que 30% não sabem identificar uma chave de fenda e que 44% recorrem a serviços profissionais para ações básicas como encher os pneus do carro ou trocar os limpadores de para-brisa. Ações que requerem apenas alguns minutos e que poderiam significar uma economia significativa para seus bolsos se elas mesmas fizessem isso. Outras gerações costumam se espantar com esses números, sobretudo porque o acesso à Internet é a ferramenta ideal para aprender a realizar este tipo de tarefas com facilidade. Com tutoriais completos ao alcance de todo o mundo, temos realmente que nos perguntar o que aconteceu para que os jovens chegassem à idade adulta sem terem praticado estas tarefas. Talvez os Millennials e os Boomers sejam parcialmente culpados pela tendência GOTDIT que está começando a ganhar força.
Teste é capaz de prever risco de queda de idosos 6 meses antes
Fonte: Agência Brasil EBC | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 14/01/2025 Meta é fazer exame de equilíbrio e mobilidade em consulta, diz estudo Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil Cair de escadas ou de telhados, tropeçar nas ruas ou cair da própria altura. As quedas entre idosos são comuns e uma das principais causas de morte dessa faixa etária. Elas são um grave problema de saúde pública, podendo levar a ferimentos e fraturas sem maiores consequências e, em alguns casos, podendo reduzir a mobilidade ou até provocar a morte. Para evitar essas quedas, recomenda-se que os idosos realizem anualmente testes de equilíbrio e de mobilidade em suas consultas de rotina. Em geral, esses testes consistem em que a pessoa idosa permaneça por 10 segundos em ao menos uma dessas posições: com os pés paralelos (bipodal), com os pés ligeiramente à frente do outro (semi-tandem), com um pé na frente do outro (tandem) ou equilibrado em um pé só (unipodal). No entanto, um estudo realizado pelo Laboratório de Avaliação e Reabilitação do Equilíbrio (L.A.R.E.) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de são Paulo (FMRP-USP) e publicado recentemente na revista BMC Geriatrics, apontou que ficar 10 segundos em uma dessas posturas é um tempo muito pequeno para identificar problemas de equilíbrio ou de mobilidade. “A eficácia desse teste para identificar problemas iniciais de equilíbrio e prever quedas futuras ainda era incerta, principalmente porque 10 segundos podem ser insuficientes para uma avaliação completa”, disse Daniela Cristina Carvalho de Abreu, coordenadora do Laboratório de Avaliação e Reabilitação do Equilíbrio (L.A.R.E.) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e do Ambulatório Assistencial de Distúrbios do Equilíbrio do Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, em entrevista à Agência Brasil. O estudo realizado entre 2015 e 2019 e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi realizado com 153 pessoas entre 60 e 89 anos, residentes nas cidades de Ribeirão Preto, São Paulo e região. Ele apontou que o teste pode ser mais efetivo quando o indivíduo consegue ficar em apenas duas das posições mais desafiadoras (tandem ou unipodal) e por 30 segundos em cada uma delas. O estudo Os voluntários foram avaliados por um período de seis meses, fazendo tanto testes convencionais quanto os com o tempo ampliado. Quando essa amostra foi dividida entre os que caíram e os que não caíram seis meses após os testes, os pesquisadores observaram que o grupo que sofreu queda foi capaz de permanecer na posição unipodal por um tempo médio de 10,4 segundos e, na segunda posição tandem por 17,5 segundos, tempo superior aos 10 segundos com que ele é feito atualmente. Isso indicaria, segundo os pesquisadores, que os testes atuais são insuficientes para prever quedas futuras. Já os voluntários que não caíram conseguiram se manter na posição unipodal por 17,2 segundos e na tandem por 24,8 segundos. “O estudo demonstrou que o Teste de Equilíbrio [que estamos propondo] é eficaz na previsão de quedas nos próximos seis meses, sendo uma ferramenta valiosa para o rastreio do risco de quedas em idosos. Sua inclusão anual na Atenção Básica é recomendada, pois permite identificar idosos em risco, o que é fundamental para a escolha e o manejo das intervenções adequadas”, falou a coordenadora. Segundo ela, os resultados do estudo indicaram que esse teste pode ser realizado em apenas duas posições (tandem e unipodal), com tempo de 30 segundos para cada uma. “Recomendamos que cada posição seja repetida pelo menos uma vez, para que o idoso se familiarize com o teste. Essa redução no tempo de execução permite incluir outros testes, como o de velocidade de marcha, o que fortaleceria a predição do risco de quedas futuras”, disse a coordenadora. Como esse teste é simples e de baixo custo, ele poderia facilmente ser incluído na Atenção Básica e em consultas com especialistas ajudando a prever e prevenir quedas futuras, defendeu a pesquisadora. “O teste de equilíbrio proposto é simples e pode ser realizado em apenas duas posições, em espaços pequenos e sem a necessidade de equipamentos especializados. Ele requer apenas uma capacitação básica da equipe de saúde, podendo ser executado por qualquer profissional. Dessa forma, a implementação do teste na Atenção Básica e em outros serviços de saúde voltados para a população idosa não apresenta grandes barreiras, bastando incluí-lo no rastreio anual obrigatório para idosos. A partir desse rastreio, a estratificação do risco de quedas (baixo, moderado e alto) pode ser feita, permitindo a adoção de medidas preventivas que evitem as quedas, promovam o envelhecimento saudável e reduzam os custos com o tratamento das lesões decorrentes das quedas”, disse ela. É importante ressaltar que estes testes de equilíbrio, tanto o que funciona atualmente quanto o que está sendo proposto pelos pesquisadores, são apenas uma triagem. O estudo destaca que, além deles, seria ainda preciso fazer avaliações mais detalhadas para entender se o desequilíbrio está associado a fraqueza muscular, comprometimento sensorial ou problemas articulares, entre outros.
Como 2 horas de exercício físico por semana pode mudar sua vida
Fonte: BBC Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 12/01/2025 Não há dúvida de que o exercício é bom para o coração. O exercício regular reduz a pressão arterial e o colesterol e diminui as chances de sofrer um ataque cardíaco ou derrame. Mas, às vezes, pode ser difícil encontrar tempo (e motivação) para se exercitar. Então, qual é a menor quantidade de exercícios que você pode fazer e ainda assim obter esses benefícios? Essa resposta depende do seu nível de condicionamento físico inicial. Aqui está uma boa notícia: quanto mais baixo for seu ponto de partida em termos de condicionamento físico, menos terá de fazer para ver os benefícios. Portanto, se você for uma pessoa completamente sedentária, será necessária apenas uma pequena quantidade de exercícios para observar uma redução no risco cardíaco. A partir de um ponto de partida de praticamente nenhum exercício, uma ou duas horas por semana de ciclismo ou caminhada rápida pode ser tudo o que você precisa para reduzir o risco de morte por doença cardiovascular em até 20%. Porém, à medida que você fica mais em forma e aumenta a quantidade de exercícios, os ganhos de saúde cardiovascular diminuem e, por fim, atingem um patamar. Isso às vezes é chamado de curva em forma de J. Uma pessoa sedentária que deixa de fazer nada e passa a se exercitar algumas horas por semana terá as maiores reduções no risco cardiovascular durante esse período. Se ela aumentar a quantidade de exercícios para quatro horas por semana, haverá reduções adicionais, embora menores, no risco (cerca de 10%). Mas os benefícios para a saúde cardiovascular parecem atingir o máximo após quatro a seis horas por semana, sem ganhos adicionais além desse ponto para todos. No entanto, um estudo no qual pessoas sedentárias foram treinadas para concluir um evento de resistência, como uma maratona, constatou que, quando os participantes atingiram de sete a nove horas por semana de treinamento, eles observaram mudanças perceptíveis na estrutura do coração. O treinamento nesse nível proporciona as mesmas reduções no risco cardiovascular que o treinamento de quatro a seis horas por semana. Mas os participantes tiveram um aumento na quantidade de músculo cardíaco, além de dilatação das câmaras cardíacas. O coração é como qualquer outro músculo: se for treinado o suficiente, ele ficará maior. Essas mudanças ocorreram já três meses após o início do treinamento. Portanto, embora as horas adicionais de exercício não proporcionem mais benefícios em termos de redução do risco de doenças cardiovasculares, essas mudanças na estrutura do coração significarão melhorias no condicionamento físico e, com sorte, uma maratona mais rápida. Esses tipos de mudanças eram considerados possíveis apenas em atletas de elite, mas esse estudo é a prova de que, se estivermos dispostos a nos comprometer, podemos não apenas obter os benefícios cardiovasculares, mas também desenvolver o coração de um atleta. Depois que você começar a fazer uma ou duas horas de exercícios por semana para melhorar a saúde do seu coração, algo incrível e inesperado pode acontecer. Você pode realmente gostar. Quatro horas por semana é o ponto ideal que proporciona a maior redução do risco cardiovascular, mas se você gosta de treinar ou encontra um esporte que adora, não deve deixar que isso o impeça de fazer mais. Aumente a intensidade A ideia de deixar de nunca se exercitar e passar a se exercitar quatro horas por semana pode ser assustadora, especialmente se você não tiver muito tempo livre. É nesse ponto que a intensidade de seus exercícios é importante. Se quiser obter o maior retorno possível em termos de redução do risco cardiovascular, você precisa suar muito. O treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit) é uma maneira eficiente em termos de tempo para maximizar o retorno do exercício. Em geral, é um treino de 20 minutos que compreende rajadas curtas de 30 a 60 segundos de exercícios intensos, seguidos de um breve descanso entre eles. Apesar de esses treinos serem curtos, sua intensidade significa que, após várias semanas de Hiit, você provavelmente verá muitos benefícios, inclusive reduções na pressão arterial e no colesterol. Entretanto, a maioria dos estudos sobre Hiit é muito pequena para medir se há algum efeito sobre o risco cardiovascular geral. É preciso ter cuidado se você tiver uma doença cardiovascular. Há várias condições, como cardiomiopatia (doença genética do músculo cardíaco), doença cardíaca isquêmica (estreitamento das artérias do coração) e miocardite (inflamação do coração, geralmente viral), em que exercícios extenuantes são desaconselhados. Pessoas com essas condições de saúde devem se limitar a exercícios de intensidade baixa ou moderada. Isso ainda será benéfico para o coração, mas não o colocará em risco de sofrer danos. Se encontrar tempo para se exercitar durante a semana é um desafio e você só consegue se exercitar nos fins de semana, fique tranquilo, pois isso ainda é benéfico. Um estudo retrospectivo com mais de 37.000 pessoas constatou que aquelas que realizaram a atividade física de uma semana em apenas um ou dois dias tiveram a mesma redução no risco de doenças cardiovasculares do que aquelas que realizaram a atividade durante toda a semana. Portanto, para uma pessoa autoproclamada preguiçosa que deseja melhorar sua saúde cardiovascular, a mensagem é simples: mesmo uma pequena quantidade de qualquer tipo de exercício pode fazer uma grande diferença. * Peter Swoboda é professor associado de cardiologia na Universidade de Leeds. *Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original em inglês.
Boa noite de sono pode evitar memórias indesejadas e intrusivas, diz estudo
Fonte: CNN Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/Freepik | Data: 02/01/2025 As descobertas podem dar suporte ao desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de prevenção de doenças como depressão e ansiedade Gabriela Maraccini Manter uma boa noite de sono é importante para a saúde física e mental, já que fortalece o sistema imunológico e ajuda a reduzir o estresse, entre outros benefícios. Porém, um novo estudo mostrou que a qualidade do sono pode ajudar, também, a evitar pensamentos ruins e memórias indesejadas ao longo do dia. O trabalho, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) no dia 31 de dezembro, oferece uma nova visão sobre os mecanismos cognitivos e neurais subjacentes à conexão entre sono e saúde mental. Além disso, as descobertas podem dar suporte ao desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de prevenção de doenças como depressão e ansiedade. Pesquisadores das Universidades de York, Cambridge e Sussex, no Reino Unido, e da Queen’s University, no Canadá, utilizaram neuroimagem funcional para o trabalho e descobriram que a privação de sono pode levar a déficits no controle da memória. Isso está relacionado à dificuldade em envolver regiões cerebrais que dão suporte à inibição da recuperação da memória, o que facilita que lembranças indesejadas voltem para o consciente repentinamente. Os pesquisadores também apontam que o rejuvenescimento dessas regiões cerebrais está associado ao sono REM (movimento rápido dos olhos). “Memórias de experiências desagradáveis podem invadir a consciência, geralmente em resposta a lembretes”, explica Marcus Harrington, autor principal do estudo, em comunicado. “Embora essas memórias intrusivas sejam uma perturbação ocasional e momentânea para a maioria das pessoas, elas podem ser recorrentes, vívidas e perturbadoras para indivíduos que sofrem de transtornos de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático”, esclarece. Como o estudo foi feito? Para o estudo, 85 adultos saudáveis tentaram suprimir memórias indesejadas enquanto os pesquisadores analisavam imagens de seus cérebros por meio de ressonância magnética funcional. Metade dos participantes teve uma noite de sono tranquila no laboratório de sono antes da tarefa, enquanto a outra metade permaneceu acordada. Durante a supressão de memória, os participantes bem descansados mostraram mais ativação no córtex pré-frontal dorsolateral direito — uma região do cérebro que controla pensamentos, ações e emoções — em comparação com aqueles que ficaram acordados a noite toda. Os participantes descansados também apresentaram uma atividade reduzida no hipocampo — região do cérebro envolvida na recuperação da memória — durante tentativas de suprimir memórias indesejadas. Além disso, entre os participantes que dormiram no laboratório, aqueles que tiveram maior tempo de sono REM foram mais capazes de envolver o córtex pré-frontal dorsolateral direito durante a supressão de memória. Isso aponta para o papel do sono REM na restauração dos mecanismos de controle pré-frontal que sustentam a capacidade de impedir que memórias indesejadas sejam intrusivas. “Em conjunto, nossas descobertas destacam o papel crítico do sono na manutenção do controle sobre nossas memórias e pensamentos contínuos”, afirma Harrington.
Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia
Fonte: BBC Brasil | Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet | Data: 16/12/2024 “Se eu vir alguém batendo os dedos em uma mesa, meu pensamento imediato é cortar os dedos da pessoa com uma faca”, confidenciou um paciente anônimo a um pesquisador. “Quando vejo alguém fazendo movimentos repetitivos muito pequenos, como meu marido dobrando os dedos dos pés, me sinto fisicamente mal. Eu seguro, mas tenho vontade de vomitar”, afirmou outra. Parece familiar? Se sim, talvez você também tenha uma condição chamada misocinesia — uma aversão à inquietação ou movimento diagnosticável. Os cientistas estão se esforçando para entender mais sobre o fenômeno que, até o momento, não tem causa conhecida. Na pesquisa mais recente, publicada na revista científica PLoS One, os especialistas realizaram entrevistas aprofundadas com 21 pessoas que fazem parte de um grupo de apoio às pessoas com misocinesia. Os gatilhos mais comuns registrados foram os movimentos das pernas, das mãos ou dos pés — como balançar as coxas, mexer os dedos e arrastar os sapatos. Clicar na caneta e enrolar o cabelo também foram identificados como gatilhos, embora não com a mesma frequência. Muitas vezes, as pessoas relataram alguma sobreposição com outra condição mais conhecida, chamada misofonia — uma aversão intensa aos ruídos de outras pessoas, como a respiração pesada ou o barulho da mastigação. É impossível saber exatamente quantas pessoas podem estar sofrendo de misocinesia. Um estudo canadense recente sugeriu que talvez um em cada três de nós possa ser afetado negativamente pela inquietação de outras pessoas, vivenciando sentimentos intensos de raiva, tortura e repulsa. Conversei com Jane Gregory, psicóloga clínica da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que tem estudado e tratado tanto a misocinesia quanto a misofonia. “As duas andam juntas com muita frequência. Muitas vezes, as pessoas têm as duas ao mesmo tempo”, diz ela à BBC News. Embora não haja dados confiáveis, Gregory afirma que as condições são provavelmente surpreendentemente comuns. “Obviamente, as pessoas têm vivenciado isso há muito tempo, mas simplesmente não havia um nome para isso.” Segundo ela, a gravidade da aversão das pessoas à inquietação varia. “Algumas pessoas podem ficar realmente incomodadas com a inquietação ou com movimentos repetitivos, mas isso não afeta muito a vida cotidiana”, diz ela. Outros, no entanto, podem “ter uma reação emocional muito forte — raiva, pânico ou angústia — e simplesmente não conseguem filtrá-las”. No trabalho de Gregory, ela tende a encontrar pessoas com sintomas mais extremos. Muitos são adultos que sofrem de misocinesia há anos, mas alguns estão no início da adolescência e vivenciando a condição pela primeira vez. ‘Simplesmente explode dentro de você’ Andrea, de 62 anos, diz que desenvolveu misofonia e misocinesia aos 13 anos, mas que isso não foi reconhecido na época. Uma de suas primeiras lembranças da condição é a de ter ficado angustiada com uma menina na escola que estava cutucando as unhas. “A maior parte da misocinesia tende a focar nas mãos das pessoas — no que elas estão fazendo com as mãos e o que estão tocando”, explica. Outro gatilho para ela é quando as pessoas cobrem parcialmente a boca com a mão enquanto falam — ela se esforça para ver, e sente que sua própria boca está ficando dolorida quando faz isso. Andrea afirma que a raiva que ela sente é explosiva e instantânea. “Não há nenhum processo racional nisso. Não há lógica. Simplesmente explode dentro de você, e é por isso que é tão angustiante.” Ela me disse que tentou diferentes estratégias para gerenciar sua condição, mas não consegue bloqueá-la. Agora, ela se protege da sociedade, morando sozinha e trabalhando de casa, e diz que toda a sua vida foi projetada para evitar as coisas que poderiam perturbá-la. Andrea conta que tem muitos amigos que a apoiam, e que entendem que, às vezes, ela precisa mudar a forma como interage com eles. “É mais fácil simplesmente se retirar. Tentar sobreviver. Você não pode ficar pedindo às outras pessoas que não façam as coisas.” Ela explica que não culpa os outros por sua inquietação, e entende que a maioria das atitudes das pessoas não é intencional — e, sim, realizada pela força do hábito. Andrea diz que compartilhar suas experiências com um grupo de apoio no Facebook tem sido de grande ajuda. ‘Eu fico com muita raiva’ Jill, de 53 anos, é outro membro desse grupo. Ela relata que a misocinesia faz seu coração disparar. “Qualquer coisa pode ser um gatilho para mim, desde balançar as pernas até a aparência e a forma como alguém segura o garfo.” “Eu fico com raiva, muita raiva”, acrescenta. “Meu coração começa a bater muito rápido. É como uma [reação de] luta ou fuga.” Bola de ansiedade Julie, de 54 anos, diz que a principal sensação que tem por conta da misocinesia é a angústia. “Outro dia, eu estava no ônibus, e havia uma senhora passando, e seus dois braços estavam balançando. Eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu estava ficando muito ansiosa com isso, não com raiva.” “São coisas bobas, como alguém que está preparando uma xícara de chá para mim, e pega o saquinho de chá e balança para cima e para baixo, para cima e para baixo, para cima e para baixo. Por quê?” “Ou se alguém estiver sentado balançando a perna. Não consigo tirar os olhos. E, se eu desviar o olhar, tenho que olhar para trás para ver se a pessoa ainda está fazendo isso.” Ela contou à BBC que a sensação desagradável que se segue pode consumi-la por horas. “Não sou uma pessoa irritada. Isso só me faz sentir como se houvesse uma bola no meu estômago prestes a explodir. Não é raiva, é um sentimento interno de ansiedade.” Julie afirma que não tem receio de pedir às pessoas que parem de fazer algo que ela está achando angustiante — mas, em vez disso, ela tende a se afastar. Ela me diz que a misocinesia a deixa infeliz. “Me faz internalizar isso. Não gosto de mim mesma por me sentir assim.” Suricato interior hipervigilante Gregory destaca que a condição pode ser extremamente debilitante, e impedir