Apesar de menos poluente, bioplástico deve ser reciclado, diz estudo
Fonte: CNN Brasil| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CNN Brasil Data: 25/11/2024 Pesquisa analisou impacto da produção de plástico a partir da cana-de-açúcar para suprir aumento da demanda global O Brasil tem potencial para substituir plásticos feitos a partir de derivados de combustíveis fósseis sem impactos relevantes no aumento de área cultivada, na perda de biodiversidade e sobre as reservas de água, desde que seja feita gestão cuidadosa da reciclagem. É o que mostra estudo pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), publicado na revista científica Nature. A pesquisa avaliou cenários possíveis até 2050, cruzando dados de áreas agricultáveis que podem receber a cana como cultura alternativa a usos atuais e que não têm condições de ser exploradas continuamente, pelo desgaste a que levam o solo, como o pasto para gado. O modelo de substituição apresentaria impactos positivos em estoques de carbono, recursos hídricos e biodiversidade quando priorizada a utilização de áreas de pastagem degradadas, e utilizaria a cana-de-açúcar e a estrutura já estabelecida de usinas como ponto de partida. O artigo que resume a pesquisa diz que o melhor cenário possível considera utilizar 3,55 milhões de hectares sem impacto ambiental, para uma demanda global que pode chegar aos 22 milhões de hectares. As principais áreas candidatas estão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, região marcada por aumento das queimadas durante este ano, conforme levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Os pesquisadores consideraram a previsão de aumento de consumo de petróleo na produção de plásticos dos atuais 5% e 7% da produção total, com peso no patamar de 2% das emissões globais de GHG (gases de efeito estufa), para consumo de 20% do recurso e participação de 15% nas emissões de carbono global. Nessa situação há margem considerável para a ampliação da produção de polietileno de base biológica (bioPE). Esse componente existe hoje como insumo de laboratório a partir de algumas culturas, como a mandioca, a batata-doce e a fibra de coco, sendo a produção a partir da cana uma candidata forte, com pelo menos uma dúzia de universidades e empresas apresentando soluções. Há potencial para ser insumo chave em uma economia de baixo carbono, segundo a pesquisadora responsável pelo estudo, Thayse Hernandes, doutora em planejamento de Sistemas Energéticos pela Universidade de Campinas e pesquisadora líder da área de Biodiversidade e Ecossistemas no CNPEM. Em entrevista à Agência Brasil, a pesquisadora detalhou algumas ressalvas necessárias nesse cenário. A principal diz respeito à necessidade de engajar governos locais no ciclo de reciclagem. O estudo usou o conceito de pegada de carbono para avaliar o potencial de redução de emissões, considerando o ciclo todo. As tecnologias de produção estão avançadas, segundo Hernandes, que ressalvou, porém, “o descarte desse plástico e o seu retorno a essa cadeia com o material reciclado. Por mais que seja de origem biológica, a principal vantagem dele vai ser estocar carbono e tirar carbono da atmosfera, mas o problema do plástico, lá no final do descarte, é que ele continua sendo o mesmo do plástico fóssil”, explicou. Ela lembrou que o bioPE, embora substitua o uso de petróleo com vantagens, não é biodegradável. “O grande gargalo é a coleta. É aquela tecnologia social mesmo, de organizar e evitar esse descarte irregular e irresponsável desse plástico, porque aí não tem jeito, ele vai chegar ao oceano e a gente não tem o que fazer com ele. Isso é uma questão de governança, por exemplo, das prefeituras, dos estados, do próprio governo federal. Por mais que se tenha um processo de reciclagem avançado, que o uso da terra esteja resolvido, vamos precisar desse esforço de coleta, ou a gente não conseguiria produzir de forma sustentável, teria que ter esses impactos negativos relacionados à produção”, explica a pesquisadora. Nos cenários em que essa questão da coleta não ganha eficiência, também considerados no estudo, a produção de bioPE disputa território com outras culturas, perde eficiência e pode levar a tensões em comunidades locais ou sobre áreas de proteção ambiental, além de impactos ainda mais severos ao clima.
Garantia de celular: qual é o prazo, o que cobre e como ela pode ser acionada
Fonte: G1| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/G1 Data: 11/11/2024 Código de Defesa do Consumidor prevê garantia legal de 90 dias em caso de defeitos em produtos como smartphones, mas fabricantes podem ampliar esse prazo por conta própria. Falhas na fabricação de produtos como celulares e outros eletrônicos permitem acionar a garantia, em que o cliente não precisa pagar para resolver o problema. Mas qual é o prazo dessa garantia? O que ela cobre? E o que pode ser feito nesse tipo de situação? As regras aparecem no Código de Defesa do Consumidor, que prevê uma garantia legal em casos de defeitos. Para celulares (e outros produtos e serviços duráveis), a garantia legal é de 90 dias – para itens não duráveis, o prazo é de 30 dias. 📌 O que a garantia legal cobre? É possível usar a garantia de 90 dias se o produto estiver deteriorado, adulterado ou falsificado, bem como se for nocivo à saúde ou se estiver em desacordo com normas de fabricação, distribuição ou apresentação. São os chamados vícios no aparelho. 👉 No caso de “vícios aparentes ou de fácil constatação”, a garantia começa a contar na entrega do produto ou no término da execução do serviço. Para vícios ocultos, ela só passa a valer quando o problema é identificado. “O vício oculto é exatamente quando não se percebe, quando não consegue constatar, verificar [logo após a compra]. Ele é silencioso até um determinado momento”, explica o diretor de assuntos jurídicos do Procon-SP, Robson Campos. Se você identificar um defeito de fabricação no celular, acione os fornecedores (loja ou fabricante), que, inicialmente, devem tentar sanar o problema no prazo de 30 dias. Se isso não for possível, você tem o direito de decidir: E o prazo de garantia de 1 ano? Além da garantia legal de 90 dias, algumas fabricantes ampliam esse prazo por conta própria. É a chamada garantia contratual, que, para celulares, costuma ser de um ano. Esta garantia costuma seguir os moldes do que está previsto no Código de Defesa do Consumidor, mas é importante verificar documentos que a fabricante envia junto ao aparelho para entender o que ela abrange. Em geral, as empresas usam esses termos para informar o que a garantia contratual cobre e não cobre, além de orientações sobre o que fazer para acioná-la. “A partir do momento em que o fornecedor disponibiliza uma garantia contratual, essa que vem no manual junto do produto, tem que haver informações claras, detalhadas”, diz Campos, do Procon-SP. Como funciona a garantia estendida? Antes da comprar ser finalizada, algumas lojas oferecem uma garantia estendida, que aumenta o período da assistência e as situações em que ela pode ser acionada. Esse tipo de serviço é oferecido em um contrato separado. “A garantia estendida não substitui a garantia legal e a garantia contratual. É um produto específico, em que há uma remuneração específica para o aparelho ter um reparo, uma rede de assistência”, diz Campos. Posso me arrepender da compra? 👍 A lei prevê o direito de arrependimento, em que é possível devolver o produto e ter o dinheiro de volta até sete dias após a compra, mas isso só vale quando ela acontece fora do estabelecimento, como em compras feitas por internet ou pelo telefone.
Lixo nos oceanos pode ser visto do espaço com satélites
Fonte: CNN Brasil| Seção: Notícias | Imagem: Reprodução Internet/CNN Brasil Data: 05/11/2024 Nova ferramenta permite detectar plásticos no oceano a mais de 600 km de altura O lixo plástico espalhado nos oceanos pode ser visto do espaço depois que pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT), na Austrália, desenvolveram uma nova ferramenta de imagens de satélite. A tecnologia consegue detectar diferenças em como a areia, a água e os plásticos refletem a luz, tornando possível avistar o plástico a mais de 600 km de altura. Ela já está sendo usada para localizar as enormes quantidades de plástico flutuando no oceano – desde pequenos depósitos até gigantescas ilhas de lixo, como a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, que tem três vezes o tamanho da França. O Índice de Resíduos Plásticos Encalhados, nome dado à fórmula matemática usada na ferramenta, permite detectar os locais que concentram plásticos nos oceanos, tornando mais fácil a elaboração de estratégias de remoção. No entanto, a tecnologia não funciona tão bem para detectar lixo na areia das praias, já que ele pode ficar escondido debaixo da terra. Atualmente, mais de 10 milhões de toneladas de lixo plástico vão parar nos oceanos todos os anos, podendo impactar severamente a vida selvagem e seus habitats. Se os plásticos não são removidos, eles se fragmentam ainda mais em micro e nanoplásticos, tornando sua retirada quase impossível. “Isso é incrivelmente emocionante, pois até agora não tínhamos uma ferramenta para detectar plásticos em ambientes costeiros do espaço”, disse Dra. Mariela Soto-Berelov, coautora do estudo. “A detecção é uma etapa fundamental necessária para entender onde os resíduos plásticos estão se acumulando e planejar operações de limpeza.”