Reportagem da versão online do jornal ouviu o presidente da Caixa de Assistência sobre o modelo de custeio do plano de associados
O Blog do Servidor, publicado na versão online do Correio Braziliense, divulgou matéria com análise sobre a condição financeira da Cassi, destacando o fim da contribuição extraordinária dos associados e dos aportes financeiros extras do patrocinador. Estes recursos extraordinários, que se extinguem no final de 2019, equivalem a uma receita de R$ 550 milhões ao ano.
O texto lembra que a Caixa de Assistência registrou um prejuízo de R$ 377,7 milhões em 2018, valor que corresponde a um aumento de 83% sobre o prejuízo registrado em 2017, de R$ 206,1 milhões, e a mais do que o dobro dos resultados negativos verificados em 2016, que alcançaram R$ 159,4 milhões.
A reportagem ouviu o presidente da Cassi, Dênis Corrêa, sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela Caixa de Assistência, reconhecida como o maior do plano de saúde de autogestão do país. Dênis Corrêa relatou à matéria que o principal problema constatado diz respeito ao modelo de custeio do plano de associados. Desde dezembro de 2016, estes contribuem com 1% a mais sobre salário, aposentadoria ou pensão, além dos 3% que já desembolsam. Ao mesmo tempo, o patrocinador repõe as despesas com programas de saúde e com mais 4,5% sobre a parte patronal da folha de pagamento.
“O modelo de custeio é a principal causa da situação econômico-financeira da Cassi. A contribuição é fixa por titular, independentemente da quantidade de dependentes. Assim, as receitas aumentam conforme o reajuste dos salários. E as despesas assistenciais crescem em patamares superiores, como apontam os indicadores de inflação na área da saúde”, afirmou o presidente ao jornal, enfatizando que a Cassi não tem dívidas com fornecedores.
O resultado acumulado pela Caixa de Assistência entre janeiro e abril de 2019 alcançou um superávit de R$ 94 milhões, contra um déficit de R$ 288,6 milhões nos cinco primeiros meses de 2018. Entretanto, o saldo positivo parcial ainda é insuficiente para recompor o patrimônio da Cassi e para formar reservas nos níveis exigidos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) ao decretar o Regime Especial de Direção Fiscal no último dia 22 de julho. Dênis Corrêa reforçou que qualquer prorrogação das contribuições extraordinárias depende de nova consulta ao corpo social, por meio de votação, e da aprovação por dois terços dos votantes.
NOTA DO BANCO DO BRASIL
A matéria do Blog do Servidor, publicada no dia 31/07, também deu destaque a uma nota divulgada pelo Banco do Brasil, patrocinador da Cassi, sobre o tema. Diz o texto que o BB “não vislumbra interrupção da assistência à saúde aos funcionários e aposentados, e entende que é precipitada qualquer conclusão sobre o futuro da Cassi”. Também aponta que, “no momento, aguarda o diagnóstico emitido pelo diretor fiscal, a ser entregue em até 3 meses”. E que, finalizado este período, será apresentado um plano para o resgate da sustentabilidade financeira da Caixa de Assistência. “As soluções a serem encontradas vão considerar a governança da Cassi e a legitimidade do corpo social para decidir sobre alterações de estatuto”, conclui o texto.
Matéria original publicada pelo Blog do Servidor, do Correio Braziliense online