Veículo: Notícias R7 e Correio Braziliense| Página: Online| Seção: Notícias| Imagem: Internet | Data: 17 e 18/01/2021
A princípio, serão distribuídas 6 milhões de doses do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e os governadores se reúnem nesta segunda-feira (18/1) para marcar o envio das primeiras doses da CoronaVac para os estados.
A princípio, serão distribuídas 6 milhões de doses do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. De acordo com o ministro, as doses serão enviadas ainda hoje e os estados podem começar a imunizar a população a partir das 17h.
Com duras críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que iniciou a vacinação contra a covid-19 no estado, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, anunciou que, a partir das 7h de hoje, o ministério distribuirá para todas as unidades da federação as doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
O ministro fez o anúncio ontem, durante coletiva de imprensa, momentos depois de o imunizante ter o uso emergencial no país autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sem citar o nome do governador, Pazuello afirmou que a coordenação do plano de operacionalização da vacinação nacional contra a covid-19 é exclusiva do Ministério da Saúde e acrescentou que a pasta não pretende fazer “uma jogada de marketing”.
“O Ministério da Saúde tem em mãos, nesse instante, as vacinas tanto do Butantan quando da AstraZeneca, e nós poderíamos, num ato simbólico, ou numa jogada de marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa. Mas, em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso. Nós não faremos uma jogada de marketing”, disse o general, embora o governo brasileiro ainda não tenha conseguido importar, da Índia, 2 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca.
Ainda em referência à ação do governo paulista, Pazuello afirmou que nenhuma dose entre as contratadas pelo ministério junto ao Butantan podem ser utilizadas fora do Programa Nacional de Imunização (PNI).
“A contratação de todas as vacinas é exclusividade do Ministério da Saúde, barra SUS, barra PNI, barra população brasileira”, disse o general. “Nenhuma dose pode ser tirada desse contrato”, acrescentou, frisando que “qualquer movimento fora desta linha está em desacordo com a lei”.
‘Não tenham medo’, afirma primeira mulher vacinada no Brasil
‘É a grande chance que a gente tem de salvar vidas’, disse Mônica Calazans, de 54 anos, que atua na UTI do hospital Emilío Ribas
Mônica Calazans, de 54 anos, enfermeira negra do hospital Emílio Ribas, primeira vacinada
VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO – 17.01.2021
A enfermeira que recebeu a primeira dose de vacina contra covid-19 no Brasil neste domingo (17), Mônica Calazans, de 54 anos, disse para que a população não tenha medo da imunização. “Não tenham medo. É a grande chance que a gente tem de salvar vidas”, afirmou, em entrevista coletiva do governo de São Paulo logo após ser vacinada.
Mônica, que trabalha na UTI do hospital Emilío Ribas, afirmou que tem orgulho de seu trabalho e de ter sido voluntária na pesquisa para a produção da vacina. Ela disse que tomou coragem para ser voluntária no estudo depois que quase perdeu um irmão para doença.
Acabou sendo ironizada quando decidiu participar dos testes. “Recebi memes, piadinhas. Me falaram que eu era cobaia de pesquisa de vacina. Mas eu não sou cobaia, sou participante da pesquisa. Agora meu nome está aí, no mundo inteiro: Mônica Calazans, de 54 anos”. Ela contou que, no dia em que recebeu a dose de teste, foi a última a ser vacina. Mas hoje foi a primeira.
“Tenho muito orgulho disso, dessa grande oportunidade. Falo como brasileira. Vamos nos vacinar, não tenham medo. É o que estávamos precisando. É o que estavamos esperando. Pra gente poder voltar a vida normal. Dar um abraço, um aperto de mão”, disse Monica.
A imunização de Mônica aconteceu pouco depois que a Anvisa liberou o uso emergencial da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a chinesa CoronaVac.
O governo de São Paulo anunciou que mais de uma centena de profissionais de saúde do Hospital das Clínicas deve ser vacinado ainda neste domingo. Na segunda-feira (18), o estado inicia o plano logístico para aplicação de vacina, que começará com os hospitais das Clínicas de São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas, Botucatu e o hospital de base de São José do Rio Preto.
Do total de 5.994.576 doses da CoronaVac, serão enviadas 4.636.936 ao Ministério da Saúde para aplicação em todo o país e ficam em São Paulo 1.357.640. Segundo o governo de São Paulo, os números foram fornecidos na tarde deste domingo pela secretaria de Atenção à Saúde do ministério.