Veículo: Infomoney | Página: Online| Seção: Notícias | Imagem: Internet | Data: 27/07/21
SÃO PAULO – Com a trajetória de alta da taxa Selic desde março e com a expectativa de subida pelo menos para 7% ao ano até o fim de 2022, a renda fixa tem ganhado maior atenção dos investidores.
E nessa seara, há quem ainda se apegue à caderneta de poupança como uma alternativa simples e segura para aplicar seus recursos. Mas será que seu retorno volta a ficar interessante com a elevação dos juros?
Não tenho recursos suficientes para fazer grandes aplicações! A pergunta é: com o aumento da Selic e as mudanças de taxação do governo, a poupança volta a ter os rendimentos de antigamente?
Arthur P.
Até então com rendimento fixo de 0,50% ao mês, desde 2012, as regras de remuneração da caderneta seguem um gatilho que altera o rendimento conforme o patamar da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Basicamente, funciona assim:
– Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5%, ao mês, mais a variação da taxa Referencial (TR);
– Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será então equivalente a 70% da Selic, mais a variação da TR.
Dessa forma, com a taxa Selic atualmente em 4,25% ao ano e com a TR zerada desde 2017, na prática, o rendimento anualizado da poupança hoje é de cerca de 2,97% ao ano, lembrando que a aplicação é isenta de Imposto de Renda.
O benefício fiscal, contudo, não garante maior retorno da poupança ante outras alternativas financeiras. Mesmo com a maior tributação possível sobre a renda fixa, de 22,5% sobre os rendimentos, um investimento em um produto que pague hoje 100% do CDI, como um CDB ou o Tesouro Selic, renderia algo próximo de 3,3% ao ano.
É esperado que a Selic aumente para 7% até o fim de 2022. Nesse patamar, a poupança renderia perto de 4,9% ao ano, enquanto uma aplicação no Tesouro Selic poderia render de 5,42% (com um Imposto de Renda de 22,5%) a 5,95% (em caso de IR de 15%, a menor alíquota possível).
Por isso, tão cedo, a poupança não vai voltar a ter retorno atrativo para o investidor e é possível encontrar opções melhores e tão acessíveis e seguras quanto a caderneta no Tesouro Direto, em outros produtos bancários (como CDBs) e até mesmo em fundos do tipo DI, dependendo de sua taxa de administração.
E vale lembrar que, por ora, a reforma tributária não deve propor alterações na tributação dos produtos de renda fixa (leia mais aqui).