Prezados colegas,
Peço a gentil licença de todos para tecer alguns comentários, não na condição de presidente da AAPBB-RJ, mas na condição de candidato a Conselheiro Deliberativo da PREVI, entidade na qual tenho a satisfação e a honra de atualmente exercer a função de Presidente do Conselho Fiscal.
Nós que estamos na labuta diária do mundo associativista da comunidade BB, por certo sabemos bem sobre as grandes ameaças que pairam sobre nossas entidades tão queridas.
Redução de quadros de associados, inadimplências em ascensão, desligamentos por mortes ou voluntárias (ambas muito dolorosas), reduções de receitas, aumento de custos em especial os bancários, falta de renovação dos quadros, dificuldades para obter novos dirigentes quando não há remuneração, e por aí vai. Tudo isso são espadas sobre as nossas cabeças, o tempo todo.
Em tal contexto, eis que surge uma ameaça ainda maior, que é o uso de campanhas eleitorais, por um determinado segmento, tanto na CASSI quanto na PREVI, para tratar de apequenar e desqualificar as associações, seus dirigentes e, por conseguinte, os que delas participam.
De repente parece ser que todos que estão nesse meio o fazem para extrair benefícios próprios, para locupletar-se, para se darem bem. Somos, todos, uns velhinhos dissimulados e aproveitadores.
Ora, sabemos, e não adianta tapar o sol com a peneira, que já tivemos casos reprováveis, indignos e totalmente aéticos. E eles foram ou estão sendo tratados e, cedo ou tarde, serão punidos, e as pessoas envolvidas desaparecerão do cenário. É uma questão de tempo.
Mas, sinceramente, não podemos ficar inertes e calados quando nossas associações passam a ser vistas como fator de julgamento e de exclusão de bons ou mal candidatos, de boas ou más pessoas, de gente com caráter ou sem ele, de pessoas com competência e ética ou não. Estar fora das associações é transformar-se em trigos, estar dentro é transformar-se em joios. E nós estamos aceitando isso tudo, calados e até mesmo apoiando essas sandices eleitoreiras e oportunistas, inclusive dando nossos votos e apoios.
Com nosso silêncio está sendo sepultada nossa verve associativista, que um dia criou a PREVI, a CASSI, o sistema de consórcio brasileiro, as AABBs, as AFAs e as AAPBB, além da Federação e nossas gigantes deste segmento. E o pior, estamos aceitando votar em quem nos ataca, como se estivéssemos referendando as pechas, as máculas, as infâmias que nos querem impingir.
Não, minha gente, eu estou fora dessa. Somos seres de grisalhos (não senis), muitos de nós com nenhum ou pouco cabelo (como é o meu caso) e temos o dever de nos indignarmos quanto a isso. Se não o fizermos, seremos a geração de dirigentes que deixarão como legado o perfeito caminho, tão desejado por muitos, da extinção das associações da outrora intitulada família BB.
Vejam de novo o cenário que descrevi no início desta minha mensagem. Digam-me se ele é ou não verdadeiro. Agora, vejam o contexto da campanha da CASSI (já terminada) e da PREVI (ora em curso), e como as associações estão sendo tratadas por alguns.
Estão sujando a vida associativista e dizendo para as novas gerações que estão na ativa do BB o seguinte: “Fujam das associações, elas são sujas, feias e lá só tem gente que não presta”. Simples assim!!!”
Não senhores, não posso concordar com isso. Sabem por que?
Minha ascensão profissional foi feita à base de difíceis seleções internas, horas e horas de dedicação ao trabalho, disposição para ir aos mais longínquos rincões deste País que amo, ali enfrentando desafios inimagináveis para muitos e até ameaças e riscos de morte.
Sendo totalmente formado em escolas e universidades públicas, devo meu sucesso a Deus e a seus discípulos, aos meus pais e aos valorosos colegas do BB que me acolheram como filho, desde meu ingresso como Menor aprendiz. Devo ao BB o trato, a comida, a educação, o lar que dou à minha família, mas sou agradecido tendo a absoluta convicção de que minha trajetória não foi fácil e foi digna.
Fui presidente de AABBs do interior, sem recursos, sem liberações para exercer meus mandatos, e muitas vezes coloquei dinheiro do meu bolso, como ainda o faço em algumas ocasiões, em entidades onde trabalho voluntariamente.
Enfrentei e liderei no microfone 21 dias de greve contra a extinção da Conta Movimento, pondo em risco o meu cargo de Supervisor de Agências numa Classe B (Irecê – BA), quando tinha apenas 21 anos de idade. O Sindicato que criamos em decorrência desse movimento lá está; a maior AABB da Chapada Setentrional Diamantina lá está; a Cooperativa de Consumo que surgiu em torno da AABB lá está. Firmes, fortes e íntegras! Em nenhum desses casos recebi qualquer remuneração, gastei do meu bolso, mas este é um dos grandes motivos pelos quais me orgulho de mim mesmo. E isto é só exemplo de tanto que teria para lhes contar.
Hoje, tenho muito orgulho de ser presidente da AAPBB – RJ, lugar onde encontrei uma plêiade de homens e mulheres do bem, com vergonha na cara, disponíveis para o serviço comunitário e de alta capacidade intelectual e técnica. Eu sou um felizardo por ter sido acolhido por eles. Meu eterno muito obrigado!
Portanto, não aceito, não admito, e não concordo com essas insinuações maldosas e caluniosas, que teimam em querer imputar ao segmento associativo do BB, como se fôssemos párias da sociedade. Não!!! Estão nos confundindo com outros, que gravitam na política nacional. Ou, talvez, seja só o subconsciente de alguns aflorando, dada a grande necessidade de fazerem uma catarse coletiva de suas frustrações íntimas.
Pobres diabos que assim o fazem… Mal sabem eles que quando o pau quebrar, e isto parece muito perto de acontecer nesse Brasil amado, mas tão mal governado, os primeiros que chegarão nas trincheiras do front de batalha seremos nós, as associações, seus dirigentes velhinhos e execrados, e os membros dessas entidades. Seremos nós que daremos a cara para bater e, se preciso for, recorreremos às armas que forem necessárias para defender a nossa gente, que um dia carinhosamente chamamos “Família BB”.
Não dá para me calar. E não o estou fazendo, pois eu também tenho que fazer minha catarse.
Obrigado pela valiosa atenção de cada um de vocês.
WILLIAMS Francisco da Silva