Após a tentativa de dividir o Banco do Brasil em vários bancos, o governo acabou por transformar a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) em Banco Central do Brasil (Bacen), retirando-a da esfera do BB. O Bacen passou a ser influenciado pelas entidades federativas dos banqueiros. Tornaram-se virulentos os ataques de certa parte da imprensa ao Banco do Brasil, a partir do fim da década de 1970 e do início dos anos 1980. Em seguida, parte da burocracia oficial fixou, junto à imprensa, agressivo discurso, imputando ao BB e à Conta-Movimento a principal causa da inflação.
1979-1985 – A duras penas, o BB sobreviveu, no mandato de Osvaldo Roberto Colin.
Enquanto agonizante, só cabia ao BB concentrar-se na redução de despesas, o que também implicou a postergação da data de pagamento do funcionalismo, do dia 20 para o dia 30 de cada mês.
1986 – Surge a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil
Em 20 de fevereiro, estimulado pelo clima de insatisfação diante da Reforma Bancária, um grupo de funcionários em Brasília concretizou a fundação da ANABB, no intuito de atender os anseios de cada um dos colegas em todo o país.
1985-1988 – A volta por cima – BB com novo presidente e a mudança de foco: aumento das receitas.
Em março/1985, CAMILO CALAZANS DE MAGALHÃES assumiu a presidência do BB e, três anos depois (07/03/88), foi demitido em razão de “divergências com a política econômica do governo” (equiparação salarial com o Bacen – projeto aprovado pelo Superior Tribunal do Trabalho). Neste período participou da chamada reforma bancária, que definiu os papéis do Banco do Brasil e do Banco Central na economia brasileira. Defendeu um amplo projeto de atuação do BB na linha de crédito rural e de apoio à iniciativa privada, destacando que o Banco do Brasil deveria ter acesso a todos os segmentos do mercado na disputa pela captação de recursos e ter liberdade de aplicação desses recursos, tornando-se um banco como os demais concorrentes: UM BANCO MÚLTIPLO.
1989 – ANABB promove discussão sobre o Sistema Financeiro Nacional e a retomada do crescimento econômico
Em agosto, a ANABB participou do seminário sobre o Sistema Financeiro Nacional e a Retomada do Crescimento Econômico, realizado pela Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara dos Deputados, com o apoio da Fundação Banco do Brasil. O papel dos bancos oficiais no sistema financeiro foi um dos assuntos mais discutidos no seminário.
1991 – Defesa do BB como banco público
Na área parlamentar, a ANABB prestou assessoramento aos deputados federais, fornecendo subsídios para elaboração do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 44/1991 e do PLC nº 47/1991, que tratam da regulamentação do art. 192 da Constituição Federal, matéria referente à nova configuração do Sistema Financeiro Nacional e na qual a ANABB sustentou a tese de conferir efetivo papel de banco público ao Banco do Brasil.
2018 – O papel do BB no novo Governo.
Em 22 de novembro Rubem Novaes, escolhido presidente do BB, declara: “As palavras de ordem são enxugamento e eficiência”, face à missão a ser cumprida de reduzir o Banco do Brasil, concentrando-o no negócio estratégico “crédito rural”, com privatização de segmentos ainda que rentáveis.
Isto significa um retrocesso de Banco Múltiplo para Banco Rural, onde se praticava a política de crédito barato, incompatível com o risco de inadimplência dos ruralistas (subsídios implícitos na taxa de juros praticada no crédito rural).
Texto de autoria do Mário Magalhães, Diretor Regional da ANABB, no Rio de Janeiro.